Juiz dá prazo para as alegações finais dos réus da Operação Piloto

O juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal Criminal de Curitiba, determinou novos prazos para que os réus de um dos processos da Operação Piloto  apresentem alegações finais. A decisão foi motivada pelo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que réus delatados devem ser ouvidos por último.

A operação, deflagrada em 2018, investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da rodovia PR-323, entre Maringá, no Norte do Paraná, a Francisco Alves, no Noroeste.

Como se sabe, a Segunda Turma do STF anulou a sentença do ex-juiz Sergio Moro que condenou em 2018 o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine na Operação Lava Jato. Para os ministros, Bendine – que era delatado – não foi ouvido na fase correta. Com isso, o processo voltou à primeira instância.

O juiz concedeu prazo de sete dias para os sete réus colaboradores apresentarem as alegações finais, e mais sete dias para os três réus que não são delatores, entre eles Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa (PSDB), e o empresário Jorge Atherino, apontado como operador financeiro. Os delatores já apresentaram as defesas. Nesse processo, Beto Richa não é réu. Os citados têm negado as acusações.

Operação Piloto.Os valores, conforme revelado pela operação, eram pagos em favor de agentes públicos e privados no Paraná, em contrapartida ao possível direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da PR-323. O codinome “Piloto”, de acordo com a força-tarefa da Lava Jato, se refere a Beto Richa na planilha da Odebrecht.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o Grupo Odebrecht fez, no primeiro semestre de 2014, um acordo ilícito com Deonilson Roldo para que a concorrência fosse limitada na licitação para as obras na rodovia.

Para os promotores, o grupo atuou para fraudar a licitação para a duplicação da PR-323, em um contrato de mais de R$ 7 bilhões. A intenção, segundo a investigação, era de favorecer o consórcio liderado pela Odebrecht. A obra não saiu do papel.

Segundo os investigadores, em 2014, Roldo sugeriu a um empresário que entrasse na licitação apenas para dar um ar de legalidade à fraude. Conforme o MP-PR, ele prometeu recompensar o empresário em outros negócios. A conversa foi gravada.

Um dos delatores da Odebrecht relacionou o contrato da obra da PR-323 ao repasse de R$ 2,5 milhões, via caixa 2, para a campanha de reeleição de Beto Richa.  

De acordo com os promotores, os acusados transgrediram o princípio da moralidade administrativa visando conferir aparência legal a uma concessão direcionada, sustentada em um esquema espúrio de propina.

As informações são do G1 Paraná.

 

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