Juiz da Operação Piloto interroga Deonilson e Atherino

A Operação Piloto recebeu este nome em homenagem ao ex-governador Beto Richa, aficionado e praticante de corridas automobilísticas, mas ele não chegou a ser declarado réu na ação penal que julga a denúncia do Ministério Público Federal de que a Odebrecht pagou propina para vencer a licitação para duplicação e exploração do pedágio da rodovia PR-323.

Réus são seu ex-chefe de Gabinete, Deonilson Roldo, gravado quando induzia uma empreiteira concorrente a “perder” a licitação para a Odebrecht, e o amigo Jorge Atherino, que se encarregava de viajar a São Paulo para apanhar parcelas do pagamento de R$ 4 milhões, supostamente para abastecer o caixa 2 da campanha de reeleição de Richa ao Palácio Iguaçu.

Por isso, os dois – Deonilson e Atherino – serão interrogados nesta quarta-feira (8) pelo juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23.ª Vara Criminal de Curitiba, sobre a participação de ambos no esquema.

Na terça (7), foram interrogados cinco ex-executivos da construtora Odebrecht, já beneficiados com delação premiada.Juiz da Operação Piloto interroga Deonilson e Atherino

Atherino bem que tentou se livrar do interrogatório e, mesmo, da condição de réu nesta ação penal. No mês passado ele requereu ao juiz que mandasse seu caso para a Justiça Eleitoral. Baseava-se na decisão do STF que crimes comuns fossem julgados pela Justiça Eleitoral quando fossem conexos ao crime de caixa 2.

O juiz Paulo Ribeiro não se convenceu e indeferiu o requerimento de Jorge Atherino, conforme se vê no seguinte despacho, por um motivo muito singelo: ele não foi acusado de prática de caixa 2 e, portanto, deve ser julgado apenas pelo crimes comuns de corrupção e lavagem:

 

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