João Derosso, um político simples

Filho de colonos italianos, o ex-vereador João Derosso nasceu, viveu e morreu sempre no bairro do Xaxim. Filho de Francisco Derosso, um dos líderes da comunidade do então distante arrabalde de Curitiba, onde se instalaram olarias e se cultivavam hortaliças, “seu” João se aproximou da vida política pelas mãos de Ney Braga, na década de 1950.

Na eleição para a prefeitura de Curitiba, em 1955, tornou-se cabo eleitoral do major Ney Braga e lhe garantiu grande e decisiva votação no bairro. Desde então não se separaram como amigos e políticos. Foi eleito vereador pela primeira vez em 1963, quando Ney já era governador do Paraná.

Homem bem informado, com prestígio e acesso livre em muitas repartições, fazia destas facilidades um jeito simples de fazer política. Por exemplo: visitava o departamento de obras e ficava sabendo, com antecedência, que ruas receberiam saibro ou asfalto. De posse da informação, corria estas ruas, de casa em casa, com abaixo-assinado em que os moradores pediam sua interferência para que as melhorias fossem feitas.

Claro, a obra, como já previsto anteriormente, era realizada. Mas quem levava os “louros” era o “seu” João. Demonstrava “prestígio” e ganhava votos. Repetia com frequência o mesmo método em todas as circunstâncias que podia. Na Companhia Força e Luz (antecessora da Copel em Curitiba), informava-se previamente sobre a extensão de linhas de iluminação pública que a CFLP planejava fazer e em que datas. E lá ia “seu” a colher assinaturas como se fosse ele a pessoa capaz de transformar o desejo da população em realidade. O que significava mais votos na eleição seguinte! E na seguinte também.

Deixou a política em 1987 ao término de seu último mandato de vereador, passando o bastão para o filho João Cláudio Derosso, outro recordista de eleições e reeleições, que durante 15 anos presidiu a Câmara de Vereadores até ser cassado em razão de escândalos de corrupção em março de 2012, para desgosto do pai já fisicamente debilitado.

Derosso morreu na noite desta sexta-feira (4), aos 89 anos, vítima de câncer. Está sendo velado na capela n° 3 do cemitério Municipal e o enterro será às 17h no cemitério da Água Verde.

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