Investigação demorada

A cada notícia de descoberta de grandes falcatruas, o distinto público é informado também que as autoridades investigavam os esquemas criminosos há muitos meses, anos até. Pois é exatamente o que se vê diante da notícia de que o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil preparam o indiciamento do presidente e diretores do Sindicato de Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc), por desvios milionários de recursos, falsificação e omissão de documentos, além de crime de ameaça. As investigações vinham sendo realizadas há dois anos.

Novidade? Nenhuma! Desde 2013, portanto há 4 anos, a CPI do Transporte Coletivo instalada na Câmara Municipal já havia constatado e denunciado os mesmos crimes e apontado como principal responsável o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. Relatórios da época (com valores também da época) indicavam que a maior parte dos recursos que alimentavam o Fundo Assistencial do sindicato saíam – e ainda saem – da tarifa que o passageiro paga quando atravessa a catraca. Nos seis primeiros meses de 2013, o Fundo foi abastecido com R$ 1.089.000,00, dinheiro que deveria ser usado para dar assistência jurídica e de saúde aos trabalhadores.

Quase nada tinha o destino previsto e obrigatório. O Sindimoc preferiu gastar nada menos de R$ 700 mil em suposta e não comprovada “assistência jurídica”, R$ 305 mil em salários e R$ 190 mil em “festas juninas”. Já no item “farmácia” o gasto foi de irrisórios R$ 178,00!

Tudo isso, frise-se, há quatro anos, quando cada passageiro contribuía com R$ 0,014 na tarifa que pagava. Atualmente, com a passagem a R$ 4,25, o usuário destina ao Sindimoc R$ 0,054, ou seja quase cinco vezes mais. Mas só agora, ainda sujeito a mais diligências policiais, é que o inquérito caminha para o fim. Com resultados, como sempre, ainda incertos e não sabidos.

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