A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) concedeu ao procurador-geral da Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, a cidadania honorária da capital do paranaense . A iniciativa foi do vereador Pier Petruzziello (PTB), líder do prefeito na Casa e a cerimônia teve a condução do vereador Tico Kuzma (Pros), presidente da Câmara. A homenagem foi aprovada pelo plenário da CMC no início de novembro, sendo sancionada pelo prefeito Rafael Greca (DEM), resultando na lei municipal 15.909/2021.
Em sua fala, o vereador Pier Petruzziello, proponente da homenagem, fez uma síntese da trajetória acadêmica e profissional de Gilberto Giacoia. O procurador homenageado nasceu na cidade de Ribeirão Claro (PR) e se formou em Direito pela Faculdade Estadual do Norte Pioneiro. Cursou especialização em metodologia do ensino superior na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e se tornou doutor em direito penal pela Universidade de São Paulo (USP). “Além disso”, observou Petruzziello, “o homenageado é pós-doutor pelas universidades de Coimbra e de Barcelona (onde foi professor na graduação e na pós-graduação).” Seu ingresso no Ministério Público do Paraná se deu em 1980.
De acordo com Petruzziello, o homenageado atuou nas cidades de Bandeirantes, Cambará, Umuarama, Ponta Grossa e Londrina, entre outras. Em 1998, venceu a eleição para procurador-geral de Justiça, cargo que também ocupou em 2012, 2014 e, pela quarta vez, em 2020. Giacoia trabalhou pela Lei Orgânica do MP-PR; inaugurou a nova sub-sede do MP-PR, a chamada “casa rosada”, prédio histórico na avenida Marechal Floriano que foi reformado para abrigar o Memorial do MP-PR e alguns centros de apoio às promotorias de justiça. Integrou a comissão para adaptar o Ministério Público às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal e deu início às reformas em um prédio na Marechal Hermes, para a instalação da nova sede do MP-PR.
Petruzziello lembrou de uma frase do romance “Os irmãos Karamázov”, do escritor Fiódor Dostoiévski: “se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Pier disse que mencionou o escritor russo para realçar o fato que Giacoia é um homem de fé, criado com caráter, ética e prontidão cívica pelos pais Osvaldo e Ana. Tais valores, disse o parlamentar, ele nutre com sua esposa Lair Antonia e com seus filhos Mariana, Osvaldo Giacoia e Gilberto.
Segundo o vereador, o homenageado, enquanto foi procurador-geral de Justiça, colocou a instituição à frente de qualquer ambição pessoal. “Nosso homenageado é um cidadão do mundo que deixou sua marca de excelência pelas dezenas de cidades que passou pelo Brasil e também no exterior. Uma das personagens mais importantes da história recente de Curitiba, contribuindo para coletividade em termos intelectuais, jurídicos e culturais”, justificou.
Agradecimento
“Tenho a altivez e o orgulho de, entre a leitura de Leminski e a adoração dos gregos, entoar em alto e bom som um brado de amor à Curitiba. Um brado ao transpor os umbrais desse histórico Palácio Rio Branco para receber o título que me é outorgado pelo generosidade da edilidade curitibana”, afirmou o homenageado Gilberto Giacoia. Ele também agradeceu ao prefeito Rafael Greca, que sugeriu a Petruzziello a proposição da homenagem.
“Greca, cuja presença é uma marca registrada de amor à Curitiba, sempre ao lado da sua companheira Margarita, presente a este evento, que é jornalista, poeta, literata e que traduz o espírito da mulher curitibana”, agradeceu Giacoia. Para o homenageado, tornar-se cidadão honorário de Curitiba é como sentir com a perspectiva dos que aqui nasceram o perfume da flor de lis ou a fragrância dos ipês e araucárias que aqui florescem.
Giacoia destacou o relacionamento republicano que sempre procurou manter com as autoridades governamentais. “Nesse sentido, acredito que esta homenagem é uma distinção merecida ao MP-PR”, declarou. De acordo com o homenageado, o Ministério Público trava uma luta renhida pela construção progressiva de um país mais honesto e mais justo, em conformidade com os valores morais e garantidor da saúde do tecido social. “Sempre lutamos por um MP-PR pujante, corajoso e destemido”, afirmou. Ele finalizou lembrando uma frase do escritor argentino José Ingenieros: “ser digno não é pedir o que se merece nem aceitar o imerecido”. (CMC).