Entrevista que o jornalista Narley Resende publicou no BemParaná serviu para o ex-prefeito Gustavo Fruet “lavar a alma” em relação às reiteradas críticas à sua gestão na prefeitura de Curitiba. Talvez pela primeira vez e de forma mais contundente, Gustavo tenta desfazer a imagem de que sua gestão foi inoperante e que seu sucessor, Rafael Greca, já fez em menos de dois anos o que ele não fez em quatro.
“É falso”, diz Gustavo: ao contrário do que diz o atual prefeito, grande parte das obras realizadas no seu período de governo (2013/2016) vêm sendo apresentadas como se fossem da atual administração. Pior: há várias obras prontas que a atual gestão não colocou em funcionamento (caso de 12 creches) e que a única obra nova de Greca tem sido asfaltamento de ruas com recursos do governo estadual – com os quais, relembra Gustavo, ele não contou em razão do boicote político que sofreu do ex-governador Beto Richa.
Aqui, um resumo – entre aspas – da comparação que Fruet faz entre a sua gestão e a de Greca:
- nossa gestão entregou três viadutos, esta talvez entregue um, do Orleans, que é um projeto muito importante feito pela nossa gestão e apesar de reiterados pedidos ao governo do Estado não houve manifestação, e agora o governo anunciou que vai passar R$ 25 milhões a fundo perdido para a prefeitura e R$ 25 milhões emprestados.
- Entregamos cinco trincheiras, a atual gestão talvez entregue duas ou três. Duas na Linha Verde com dinheiro do Estado, que foi negado para a gestão, e uma na (rua) Mário Tourinho, que é um projeto que nós fomos atrás do PAC do governo federal, que é um investimento que não vai demandar muita desapropriação.
- É importante também destacar que as obras que fizemos, algumas delas, tivemos que pagar desapropriação, por exemplo a trincheira da Ceasa, uma obra de R$ 7, R$ 8 milhões, e a nossa gestão, além de pagar parte expressiva dela e ter deixado praticamente concluída, gastou quase R$ 15 milhões em desapropriação, dinheiro que não aparece.
- A nossa gestão entregou quase 300 quilômetros de pavimentação. Pavimentação é necessária, só que nós não tivemos recurso do governo do Estado como está sendo dedicado agora. Não sei qual será o total de quilometragem neste ano, mas é o único investimento novo desta gestão, com dinheiro do Estado realizando pavimentação.
- Entregamos 32 Cmeis, e essa gestão não tem nenhum projeto, pelo contrário, alegou que não tinha orçamento, que não foi deixado recurso para equipar os Cmeis, o que é ‘conversa para boi dormir’.
- Na hora que a prefeitura do Greca deixou 12 Cmeis fechados, a prefeitura do Greca deixou de investir na Educação Infantil mais de R$ 30 milhões, porque cada Cmei custa por mês R$ 220 mil.
- Entregamos seis unidades de saúde, e esta gestão não tem nenhum projeto, pelo contrário, a Câmara Municipal derrubou a única unidade de saúde que estava programada.
- A atual gestão diminuiu o atendimento, diminuiu o horário, que deixamos até às 22 horas, fechou a UPA da Matriz e prometeu agora para o final de julho a abertura da UPA da CIC, alegando que é um projeto novo de contratação. ‘Conversa para boi dormir’. Só aí a prefeitura do Greca deixou de investir na Saúde, no pronto-atendimento mais de R$ 40 milhões, considerando que uma UPA custa de R$ 1,3 milhão a R$ 1,5 milhão com dinheiro da prefeitura. Não tem projeto de ampliação na Saúde. Os indicadores, o tempo tem mostrado.
- Então, nós temos obras que são visíveis, como a Rodoviária, a Avenida das Torres, todo o projeto de iluminação, que chegou a quase 25% de implantação, e obras imateriais que são de ganho de desenvolvimento da cidade, que o dado da Firjan mostrou, mas que às vezes não tem apelo para uma parcela da sociedade e não foi objeto de propaganda.
- Dois exemplos: Curitiba é a primeira capital que zerou a demanda de vagas para crianças a partir de 4 anos. É a capital que mais tem criança na educação integral, o que esta gestão está acabando, alegando que estão abrindo vagas, mas de meio período. É um dos maiores retrocessos da Educação Infantil.
- Na área de Saúde, a gestão alcançou indicadores melhores que os recomendados pela Organização Mundial da Saúde, como por exemplo o índice de mortalidade materna. Agora, isso aparece? Normalmente só aparece quando tem uma crise.
- Em várias áreas Curitiba melhoram os indicadores, com programas que custam, mas às vezes não têm visibilidade.
- Mais um exemplo só, que foi explorado de maneira preconceituosa na campanha pelo Greca: a assistência social, principalmente à população em situação de rua. Tínhamos deixado 18 unidades de acolhimento, atendendo públicos específicos e até hoje não se sabe quantas unidades e qual a capacidade de acolhimento da atual gestão. Desativaram programas importantíssimos ou tentam diminuir os programas, só que isso tem um ganho de médio/longo prazo que foi interrompido. A parte mais visível foram as pessoas que morreram nas noites de frio.
- Em outras áreas, o tempo também está mostrando a eficiência de programas, como por exemplo na área de trânsito, com redução de mortalidade, redução de atropelamentos, a própria redução de acidentes, com uma série de ações a partir do centro de controle operacional, com a Via Calma, com a Área Calma, compartilhamento, sincronização dos semáforos.
- Mas no fundo, o que vejo que está acontecendo hoje, sem precedentes em Curitiba, primeiro o ódio que o Greca assume, parece que tem uma soma de ressentimentos, uma metralhadora sem fim. E segundo a desconstrução do futuro da cidade.
- Um dos projetos mais bonitos que foram trabalhados é o novo plano diretor, que estabelece as linhas de zoneamento da cidade, o sistema viário e os novos modais. Tudo isso foi interrompido. A PMI (Proposta de Manifestação de Interesse) da eletromobilidade, não se fala mais, os projetos da eletromobilidade não se fala mais, e a expansão do sistema também não tem nada novo além do que deixamos.
Na gestão do deputado Fruet Curitiba tinha buracos em todas as ruas e mato por todos os lados. Semáforos apagados, sem manutenção. Obra da Linha Verde andando num ritmo de um metro por semestre. Os mendigos tomaram conta da cidade. O Haiti era aqui (como dizia o site “prefs”). Não vou mencionar a ligação de Fruet com Dilma, PT, Gleisi e a vice-prefeita petista. Foi um tempo ruim, mas felizmente passou e acabou. Tchau querido, adiós Fruet!
Dá até pena desse moço. Nem para síndico.
Pior ´prefeito que Curitiba já teve.
peninha…..mas dormiu no ponto.Moço bom mas nao para o executivo.
Estamos ansiosos em saber quantas unidades habitacionais a atual gestão irá aprovar e inaugurar.
Quando irá sair do papel os anti pós para ruas ensaibradas. O difícil é acreditar em promessas. Em tempos difíceis o Gustavo ainda fez algo pela cidade, com todos os entraves por parte do governo.
Teve o nome na lista da Ode à Brecht, subiu ao palco com Grease e Paul Bern, fez uma praça do ciclista que virou mocó, ficou com medo da caixa preta da Urbes, enfim, o pior gestor dos últimos tempos.
Não bastasse a falta de empatia nutrida bilateralmente entre essa figura e em igualdade de intensidade pelos curitibanos, agrave-se ao intestinal entrosamento com os comunas, queridinhos e parceiros de todas as horas de sua sofrida (indi)gestão.
Nem pra síndico.