A Frente Parlamentar pela Reabertura da Estrada-Parque Caminho do Colono quer aliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental para garantir um novo modelo para o funcionamento do trecho, fechado pela última vez em 2001. A Frente, formada por 24 deputados e instituída durante reunião nesta segunda-feira (1º) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), pretende que a população volte a trafegar na estrada, que fica no Parque Nacional do Iguaçu, no trecho da PR-495, entre Capanema e Serranópolis do Iguaçu. Uma das condições debatidas durante o encontro é que o trecho se transforme em uma estrada ecológica.
A primeira providência da Frente Parlamentar será debater as ideias com a população. Por isso, duas audiências públicas serão realizadas, primeiro no dia 15 de agosto, em Capanema, e depois no dia 16 de agosto, em Medianeira. O coordenador da Frente, deputado Nelson Luersen (PDT), explicou que uma série de cuidados serão impostos para a reabertura com o objetivo de preservação da fauna e da flora. Segundo o parlamentar, a estrada contará com policiamento e monitoramento por câmeras 24 horas, vai funcionar das 7 às 19 horas, não vai permitir o tráfego de caminhões, entre outras medidas. “Queremos trabalhar de forma efetiva, conversando com diversos representantes da sociedade, para resolver este imbróglio que se arrasta por anos. A população da região quer usar o trecho, mas também quer preservar. Hoje temos uma nova consciência ecológica”, avaliou.
O trecho da Estrada do Colono é de cerca de 17 quilômetros e corta o Parque Nacional do Iguaçu. Com o desmatamento na região e a criação de outras estradas, houve a pressão de grupos ambientalistas para o fechamento da estrada, o que aconteceu em 1986. Em 1997, ocorreu a reabertura ilegal do trecho, que foi fechado definitivamente em 2001, após ação conjunta do Exército, Polícia Federal e IBAMA. Com a estrada fechada, a distância entre as cidades de Medianeira e Capanema aumenta de 58 quilômetros para mais de 170 quilômetros.
Essa estrada deveria ter sido aberta há muito tempo, pois encurtaria – e muito – a distância entre Medianeira e Capanema e, em consequência, a ligação entre Foz do Iguaçu com o Sudoeste do PR/Oeste de SC/Metade Oeste do RS. Basta abrir a estrada, “isolar” suas laterais com “muros” paralelos ao seu percurso (semelhante aos que existem na fronteira México-EUA ou em Israel) e colocar passagens subterrâneas ecológicas a cada 500 metros ao longo da rodovia, para que os animais atravessem de um lado para o outro. Se for o caso, permitir o tráfego apenas das 06:00 às 18:00. Outra alternativa seria construir um túnel de 18 km passando por debaixo do parque, mas aí os custos seriam proibitivos e, em se tratando de Brasil, seria um pretexto para muita roubalheira.