O senador Roberto Requião e seu filho deputado Requião Filho foram à casa de Osmar Dias. Conversaram, conversaram e viram que entre eles havia pontos convergentes em relação ao atual governo, ao futuro do Paraná, a projetos que precisam ser desenvolvidos…
Foi o suficiente para que, poucas horas depois, com a esperteza que lhe é peculiar, Requião colocasse no ar um vídeo segundo o qual tinha acertado com Osmar que PMDB e PDT designariam suas respectivas equipes para formular um programa conjunto de governo para recuperar o Paraná da “desgraceira” em que está sendo deixado por Beto Richa.
Surpreendido com o vídeo em que o senador insinuava a possível aliança, Osmar se viu obrigado a gravar outro para colocar as coisas no devido lugar: confirmou a conversa com Requião “para falar sobre o Paraná” e da disposição dele de conversar com todos os demais que queiram contribuir para construir um projeto de gestão capaz de superar a crise que o estado está vivendo.
Não desmentiu a conversa com Requião, mas murchou a bola que o senador levantou insinuando possível aliança. Osmar informou que continuará conversando com todos: esta semana, por exemplo, ele começa recebendo em seu escritório o presidente do diretório estadual dos Democratas (DEM), deputado Pedro Lupion, e, em seguida, o deputado Luiz Cláudio Romanelli, representando o PSB.
Que Osmar Dias precisa ampliar seu arco de apoios partidários é evidente. Só com o PDT comprometido com Ciro Gomes e com o PT (ou apenas com o Podemos, se decidir se filiar ao partido do irmão presidenciável Alvaro Dias) pensa que terá dificuldades de se manter competitivo como candidato a governador. Por enquanto, se sustenta no próprio nome, mas, sozinho, não terá estrutura de campanha nem o tempo necessário nos programas eleitorais.
Neste sentido, uma aliança com o PMDB, partido que detém o maior tempo na propaganda eleitoral gratuita e diretórios em todos os municípios do Paraná, até seria bem-vinda. O problema é contabilizar as perdas que teria com a companhia de Requião na chapa – experiência que já não lhe foi boa em 2010. Requião foi eleito senador, mas Osmar, candidato a governador contaminado com a rejeição a Requião, ficou à longa distância do vencedor daquele pleito, Beto Richa.
Como aproveitar-se da força do PMDB sem se vincular a Requião? Eis a questão.
Vivemos uma época de patrulamento ideológico. As redes sociais distorcem a tudo e a todos. Uma simples conversa já transforma herói em vilão. Todos querem respostas rápidas. Oito ou oitenta. Biografias são rasgadas porque o candidato foi fotografado ao lado desse ou daquele.
Em algum momento perdemos nosso rumo.