Tem gente no governo Beto Richa que não entrou na vala comum dos malfeitos que a Operação Quadro Negro apurou. Quase todos os citados pelo delator Eduardo Lopes de Souza figuraram como cúmplices e/ou beneficiários das operações de desvio de verbas da Educação.
Um dos citados, porém, não se enquadra no perfil dos demais: é o procurador geral do Estado, Paulo Rosso, que aparece na delação criando dificuldades para Eduardo e para sua empresa, a Construtora Valor. Assim que tomou conhecimento das irregularidades, Rosso chamou Eduardo à PGE para convencê-lo a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público, pelo qual se comprometeria a devolver toda a grana desviada.
Eduardo concordou e chegou a oferecer bens pessoais como garantia da reparação dos danos. Rosso mandou levantar a situação cadastral de cada bem ofertado e viu que todos estavam “bichados” por outras alienações e por documentação irregular. E mandou suspender as tratativas para o TAC.
Dias depois, Eduardo Lopes de Souza foi preso.
É preciso atenção para não “engolir gato por lebre”.