Três paranaenses na lista de políticos que espalharam fake news sobre a covid-19

A deputadas federais Aline Sleutjes (PSL) e Gleisi Hoffmann (PT) e o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC), todos paranaenses, figuram numa lista de políticos organizada pela CPI da Covid que investiga a atuação de políticos na disseminação de fake news sobre a pandemia. O portal Congresso em Foco teve acesso à lista.

A lista foi produzida pelo grupo de 41 voluntários que o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) arregimentou e que atuam na busca de informações na internet, especialmente para checar dados. A lista tem o nome de políticos, ministros do governo, deputados e senadores. Alguns, inclusive, de oposição.

Além da lista de políticos, a CPI da Covid investiga a origem de 68 perfis na internet, com milhares de seguidores, que espalharam, por exemplo, notícias amedrontadoras sobre vacinas e outras notícias falsas. Esses perfis a comissão ainda mantém sob sigilo, porque muitos têm a autoria anônima. A CPI quer descobrir quais são seus autores e a origem dos disparos. Teme, assim, que a divulgação dos perfis faça com que seus autores tirem as páginas do ar dificultando a investigação.

Veja abaixo quem aparece na lista e algumas das observações registradas sobre suas postagens:

Carla Zambelli (PSL-SP) – Publicou vídeo editado que retirava a frase “E daí?”, dita pelo presidente Jair Bolsonaro ao reagir quando o Brasil atingiu 5 mil mortes por covid; defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; tira de contexto estudo publicado na revista The Lancet em 2019 sobre desemprego e saúde, sem mencionar que o estudo foi feito antes da pandemia; defesa de que quem já tinha sido infectado não precisaria usar máscara

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; pregação contrária ao isolamento social; distorção de informação sobre a decisão do STF a respeito da autonomia de estados e municípios quanto a medidas de combate à covid

Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) – Defesa de uso de medicamento não comprovado; publicou vídeo editado que retirava a frase “E daí?”, dita pelo presidente Jair Bolsonaro ao reagir quando o Brasil atingiu 5 mil mortes por covid

Osmar Terra (MDB-RS) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; pregação contrária ao isolamento social; defesa da imunidade de rebanho; distorção de dados

Coronel Tadeu (PSL-SP) – Distorção sobre informação a respeito de testes da Coronavac no Brasil, em São Paulo, e na China; defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; alegação insustentável sobre “política nojenta de produzir óbitos”

Aline Sleutjes (PSL-PR) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada;

Caroline de Toni (PSL-SC) – Pregação contra o isolamento social; defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada

Carlos Jordy (PSL-RJ) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; informação falsa de que nem a China usava a vacina Coronavac; afirma, sem provas, que há relação entre a proliferação do novo coronavírus e o Partido Comunista Chinês

Fábio Faria (ministro das Comunicações) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; frase tirada de contexto de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomendava o lockdown

Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PSL-RJ) – Dado insustentável e sem indicação de fonte (estima-se que somente 30% das empresas e empregos em bares e restaurantes ainda irão existir caso acebe o lockdown nas próximas semanas)

Onyx Lorenzoni (ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência) – Defesa de medicamento sem eficácia comprovada

Bia Kicis (PSL-DF) – Defesa de medicamento sem eficácia comprovada; pregação contra o uso de máscara; pregação contra a vacinação; afirmação de que vacina pode alterar o DNA humano

Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) – Defesa de medicamento sem eficácia comprovada

Erika Kokay (PT-DF) – Alegação insustentável (“Alguém mais acha que o @jairbolsonaro testou positivo para covid-19 com o objetivo de fazer propaganda para a hidroxicloroquina?”)

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) – Informação falsa de que a vacina contra H1N1 é fabricada pela Sinovac Biotech, mesmo laboratório que fabrica a Coronavac

Daniel Silveira (PSL-RJ) – Pregação contra o isolamento social; defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; afirmação insustentável de que a covid-19 é uma arma biológica e de que “estamos na Bio-era”; afirmação de que vacinas seriam aplicadas sem teste; afirmação de que a covid-19 “foi inventada para atrapalhar e interferir nas eleições americanas”

Marcelo Freixo (PSB-RJ) – Distorceu frase do então ministro da Saúde, Nelson Teich

Marco Feliciano (PSC-SP) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada

José Medeiros (Podemos-RN) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada; publicou vídeo editado que retirava a frase “E daí?”, dita pelo presidente Jair Bolsonaro ao reagir quando o Brasil atingiu 5 mil mortes por covid

Capitão Derrite (PP-SP) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada

Marcio Labre (PSL-RJ) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada

Vitor Hugo (PSL-GO) – Afirmação de que vacinas seriam aplicadas sem testes

Gleisi Hoffmann (PT-PR) – Exagero ao dizer que quase 7 milhões de testes de covid haviam sido “desperdiçados” (na verdade, eles poderiam perder a validade)

Hélio Lopes (PSL-RJ) – Defesa de uso de medicamento sem eficácia comprovada

Alê Silva (PSL-RJ) – Afirmação falsa sobre ocupação de leitos de UTI; afirmação falsa de que STF tirou poderes de Bolsonaro para decidir sobre o combate à covid-19; defesa do uso de medicamento sem eficácia comprovada

Marcelo Álvaro Antônio (ministro do Turismo) – Defesa do uso de medicamento sem eficácia comprovada. (Do Congresso em Foco).

 

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