Terceira e última parte do resumo (ao qual o Contraponto teve acesso) dos termos da colaboração premiada do doleiro Lúcio Funaro, o homem que implodiu o “quadrilhão do PMDB” e que pôs Michel Temer na linha de frente do esquema. A delação de Funaro era esperada por Rodrigo Janot para compor a nova denúncia contra o presidente que, a qualquer momento, ele deve encaminhar às mãos do ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, sorteado relator:
7 – Funaro mostrou documentos que comprovam que ele repassou 5 milhões de francos suíços do empresário Jacob Barata Filho ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB). O repasse foi feito a pedido de Eduardo Cunha na campanha de 2014, e saiu de uma offshore cujo nome é Tuindorp Enterprise, no Banco Audi, na Suíça. Ele informou até o número da conta. Após uma operação dólar-cabo, efetuada por um doleiro chamado Tony, a quantia foi sacada no Brasil e entregue ao senhor Milton, operador de Jorge Picciani. Para comprovar o que afirmou, além do extrato da conta, Funaro entregou as mensagens que trocou com Eduardo Cunha no celular que não foi apreendido pela Polícia Federal no dia da operação.
8 – Funaro confirmou a versão que recebeu dinheiro para manter o silêncio sobre Michel Temer. Valor: R$ 100 milhões pagos por Joesley Batista, que tinha como intermediário Geddel Vieira Lima.
9 – Segundo Funaro, ele transferiu para Michel Temer, via Eduardo Cunha, R$ 13,5 milhões em propina sendo R$ 7 milhões da JBS, R$ 5 milhões de Henrique Constantino, do grupo Gol, e R$ 1,5 milhão do grupo Bertin.
10 – Funaro aceitou pagar pelo acordo de delação premiada R$ 45 milhões, que serão em quitados em 10 parcelas semestrais, terá que cumprir dois anos em regime fechado, e mais 6 em prisão domiciliar, com regime progressivo a cada dois anos (fechado, semiaberto e aberto). Ele também se compromete a cumprir 4 anos de serviço à comunidade. Tudo isto e muito mais já está assinado e homologado.”