O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes autorizou que a defesa do ex-governador paranaense Beto Richa, do PSDB, tenha acesso aos diálogos da Operação Spoofing. São conversas atribuídas a integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, obtidas por hackers e apreendidas pela Polícia Federal. A informação é do jornalista Gustavo Queiroz, de O Estado de S. Paulo.
Ao pedir a Gilmar Mendes o acesso aos dados da Spoofing, a defesa de Richa argumentou que as conversas indicariam suposto “uso político” do processo contra o ex-governador. Na decisão, o ministro chegou a reproduzir alguns dos diálogos atribuídos a procuradores da Lava Jato já publicizados, ponderando que as conversas sugerem a ‘adoção de estratégias acusatórias ilícitas’.
Todavia, Gilmar Mendes vinculou o compartilhamento das provas à autorização do ministro Ricardo Lewandowski, que é relator de processo que garantiu a Lula o acesso às mensagens hackeadas.
Para a defesa do ex-governador do Paraná, as supostas ilegalidades praticadas pelos procuradores dispostas na Operação Spoofing envolveriam o nome de Richa. Nessa linha, os advogados solicitavam ainda a suspensão dos processos contra Richa.No entanto, Gilmar negou tal pedido sob o argumento de que seria necessário conhecer de forma mais aprofundada, o eventual conteúdo das mensagens relativas ao ex-governador antes de se cogitar ‘medidas mais drásticas’.
A Spoofing é uma operação deflagrada pela Polícia Federal em 23 de julho de 2019, com o objetivo de investigar as invasões às contas da Telegram de autoridades brasileiras e de pessoas relacionadas à Operação Lava Jato. A operação foi assim batizada pois spoofing significa falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.