Crítico da Lava Jato, Aras vai para a PGR

Crítico da Lava Jato, o procurador Augusto Aras será o substituto de Raquel Dodge na Procuradoria Geral da República, cujo mandato termina em 17 de setembro. Ele foi indicado nesta tarde quinta-feira (5) pelo presidente Jair Bolsonaro. O nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado. Aras não fazia parte da lista tríplice eleita pelos procuradores, rompendo uma tradição que vinha desde 2003.

Nos últimos meses, Aras se reuniu com Bolsonaro ao menos cinco vezes, fora da agenda do presidente. A escolha do subprocurador também expõe mais uma vez o desprestígio do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que foi escanteado das discussões sobre o sucessor de Raquel Dodge.

Em agosto, o ministro da Secretaria-geral, Jorge Oliveira, disse que houve alguns procuradores que se apresentaram como candidatos ao presidente sem concorrer a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e o que teve a “maior projeção” foi o Aras.

Em entrevistas, Aras defendeu uma “disruptura” no Ministério Público para a instituição “retomar os trilhos” da Constituição e superar o aparelhamento em seus órgãos.

Em agosto, Bolsonaro já demonstrava disposição em indicar Aras, mas decidiu adiar a decisão por pressão de aliados. A reação ao candidato veio de alas do PSL e de núcleos de apoiadores nas redes sociais, que se baseavam no histórico de Aras para sustentar que o perfil dele não se encaixaria com o bolsonarismo.

Os argumentos, segundo esses apoiadores do presidente, seriam um suposto “esquerdismo” de Aras, críticas à Lava Jato e suposto alinhamento com o discurso petista, além da defesa de movimentos sociais como o MST – o que iria de encontro ao posicionamento de Bolsonaro.

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