A ex-secretária estadual da Administração, Dinorah Nogara, e o atual ocupante da pasta, Reinhold Stephanes, serão os depoentes na audiência desta terça-feira (2) da CPI da JMK instalada na Assembleia Legislativa, marcada para às 9 horas.
Dinorah era a titular em 2015, no governo Beto Richa, quando foi elaborado e firmado o contrato com a empresa JMK para manutenção da frota de veículos oficiais. Stephanes assumiu no mesmo ano por alguns meses e voltou ao posto em 2019, já no governo Ratinho Jr., quando determinou o cancelamento do contrato.
O ex-secretário Fernando Ghignone, que sucedeu Stephanes e ainda durante a gestão de Richa e continuou no posto nos nome meses do governo de Cida Borghetti, ainda não consta da lista de convocados pela CPI.
Os deputados querem saber dos dois secretários como eram feitos os procedimentos de fiscalização do governo na execução do contrato com a JMK, acusada de ter cometido fraudes e deixado de pagar oficinas mecânicas com as quais mantinha convênio.
Embora tenha ocorrido apenas uma audiência de depoimentos até agora, o presidente da CPI, deputado Soldado Fruet afirma que “os delegados [delegados Alan Flore e Guilherme Dias] já comprovaram um esquema fraudulento por parte da JMK e deixaram claro nas oitivas que as investigações continuam em andamento e, por isso, não descartam o envolvimento de mais gente”.
E prosseguiu: “Temos indícios de graves crimes, que causaram prejuízo aos cofres públicos em benefício de interesses pessoais. Vamos ouvir todos os lados dessa história para, ao final dos trabalhos da CPI, pedir que os responsáveis respondam judicialmente por seus atos”,
Até a semana passada, das 200 mil ordens de serviço emitidas pela JMK para consertos de viaturas oficiais, teriam sido auditadas pela polícia civil – que deflagrou a operação Peça Chave e prendeu diretores e funcionários da empresa – em sistema de amostragem 200 desses documentos (0,1%), tendo sido encontradas irregularidades em 19.
Os delegados que chefiam a operação, Alan Flore e Guilherme Dias, da Divisão de Combate à Corrupção, garantem, no entanto, que os desvios de dinheiro público chegariam a R$ 125 milhões.
Além dos secretários Dinorah e Stephanes, a CPI ouvirá também nesta sessão de hoje o delegado Benedito Gonçalves Neto na condição de convidado.