Começaram a assar pizza sabor Alckmin. Sabor Beto também?

A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, mandou para a Justiça Eleitoral de São Paulo a investigação sobre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), citado por delatores da Odebrecht. O tucano é delatado pelo suposto uso de seu cunhado, Adhemar Ribeiro, para pegar R$ 10,7 milhões do setor de propinas da empreiteira.

As suspeitas contra o ex-governador paulista são muito semelhantes às que pesam contra Beto Richa. Ele foi citado por delatores de que teria também recebido doações da empreiteira Odebrecht e da JBS, neste último caso por meio não de um cunhado, mas do irmão Pepe, que teria recebido importâncias no estacionamento de um supermercado em Curitiba como suposta contribuição eleitoral em caixa 2 da JBS.

Já em relação à Odebrecht, o ex-diretor da empreiteira Benedicto Júnior afirmou em delação que teriam sido repassados R$ 2,5 milhões como parte de um acordo para a concessão da PR-323, no Norte do Paraná. A duplicação da rodovia não saiu porque a Odebrecht logo em seguida foi alcançada pela Lava Jato, mas os valores teriam sido adiantados à campanha de reeleição de Beto Richa em 2014.

O ex-governador, por reiteradas vezes, negou tudo.

É o caso da PR-323 que liga o nome de Richa à Lava Jato. O destino esperado era o do ex-governador, por ter perdido o foro privilegiado, passar a responder ao juiz Sergio Moro, na 1.ª instância da Justiça Federal de Curitiba. Se, no entanto, prevalecer o entendimento de que a questão é meramente eleitoral, também o inquérito que o envolve pode ser encaminhado para a Justiça Eleitoral – o que será um grande alívio.

O cardápio da pizza, que até agora só tem o sabor Alckmin, poderá ser enriquecido com o sabor Beto.

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