Colete vencido faz governo indenizar delegado

O Tribunal de Justiça do Paraná condenou o governo estadual a pagar R$ 5 mil (mais correção monetária) ao delegado da Polícia Civil Damião Benassi Jr., de Londrina.

Ele entrou com ação contra o estado ao descobrir que durante dois anos usou um colete balístico com data de validade vencida.

A juíza Camila Henning Salmora, da 4.ª turma Recursal do TJ, diz em seu despacho:

Compulsando os autos constata-se que o Estado do Paraná na qualidade de empregador forneceu colete balístico como equipamento de proteção ao autor. Contudo, não foi efetuada a troca tempestiva do equipamento ao fim de sua garantia. Extrai-se assim que o Estado reputa o colete balístico como equipamento de proteção necessário para o autor desenvolver suas atividades. Para além disso, o risco não precisa ser comprovado em um fato específico, posto que advém da própria profissão, bem como das atividades desempenhadas pelo autor. A alegação de ausência de responsabilidade ante a demora decorrer de atraso no processo licitatório não exime o Estado, uma vez que é ele o próprio responsável
pela licitação e sabedor da demora de seu trâmite, podendo ter adotado as providências necessárias em momento anterior.

Em resumo: nem é necessário que um policial seja ferido – caso de Damião Benassi – por uma bala que atravesse seu colete para que tenha direito à indenização. Basta que o Estado mantenha o servidor usando um equipamento vencido expondo-o ao risco.

colete vencido

5 COMENTÁRIOS

  1. Na PM são mais de seis mil coletes vencidos. Se cada policial resolver entrar na justiça, será uma beleza. Espero que haja uma ação regressiva contra o SESP que por, ação ou omissão, deixou de comprar os coletes a partir das primeiras movimentações e pedidos administrativos que aconteceram no primeiro semestre de 2016. E agora Delegado Mesquita? O sr vai pagar do bolso as indenizações que a justiça determinar, para que nós, cidadãos, não tenhamos que arcar com com o custo da incapacidade e leniência administrativa da secretaria? E as ações individuais que virão por conta das armas com problemas? E as ações pelos problemas funcionais e ortopédicos provocados nos policiais por viaturas inadequadas, compradas a altos custos? E as ações que virão por falta de fardamento?
    Acho que faltará salário do povo da SESP para cobrir toda a incompetência e seus prejuízos.

  2. Interessante a notícia! Só que uma meio-notícia, já que não sabemos em qual governo o fato foi gerado e em que ano o policial acionou o Governo. Parece insignificante, mas ambas as informações permitiriam situar melhor o caso.

    • O processo refere-se ao período de mandato atual e sob administração do Secretário Mesquita/Francischini, que implodiram o sistema de segurança pública. São muitas as deficiências com coletes, armas, viaturas, fardamentos, uniformes e tantas outras áreas da segurança pública. Acredito que a SESP deveria se manifestar de maneira objetiva sobre tantos problemas que estão pipocando. Por exemplo, por que deixar deteriorar o sistema penitenciário e prisional para aparecer com a custosa solução dos shelters? E por que chegamos a milhares de coletes vencidos? Por que compramos carros de polícia pequenos demais e caros demais? Por que compramos armas sem licitação? Tantas perguntas que precisam de resposta do Secretário devem ser o foco…

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