Por Miriam Olivia Knopik Ferraz* – Ainda é possível planejar ações efetivas para aplicar em sua empresa e que terão reflexos para além do Dia Internacional da Mulher.
Sempre ressaltamos que adotar uma política de presentear ou apenas relembrar a data em um e-mail institucional, não refletem a importância da data, um dia para refletirmos sobre como as mulheres são tratadas e incluídas nas empresas.
Visando auxiliar as empresas em implementar políticas efetivas de inclusão e melhoria das condições de trabalho para as mulheres, apresentamos cinco ações:
1) Cursos de formação para todos: cursos voltados à apresentação de temáticas de igualdade, violência doméstica, prevenção ao assédio organizacional e particularidades da vivência em maternidade são temas que podem ser abordados em cursos. Ressaltamos que esses cursos devem ser direcionados a todos os empregados e não somente às mulheres, pois essa é uma oportunidade de conscientização de todos sobre o tema.
Essa é uma forma de transformar a cultura empresarial que transborda sobre os pensamentos individuais e, em especial, atua como um elemento essencial para evitar o assédio laboral.
2) Políticas de adaptação do ambiente de trabalho sobre parentalidade: algumas mulheres vivenciam a maternidade e este é um ponto que leva a muitas empresas não contratarem mulheres. Entretanto, para a mudança organizacional é desejável estipular adaptações do ambiente de trabalho que estimulem a paternidade ativa, ampliando licenças, a possibilidade de levar filhos ao médico e creches, por exemplo. que seriam
3) Estruturação de plano de carreiras que estimule a igualdade: estabelecer um plano de crescimento de cargos direcionado para mulheres, permitindo que haja uma maior participação em cargos de confiança e de gerência. Ressalta-se que não basta apenas disponibilizar a vaga, é preciso estabelecer formações específicas para que elas possam competir em condições de igualdade.
Uma equipe diversificada traz benefícios para as empresas: é um diferencial de mercado e também estimula outras mulheres a buscarem realizar ações dentro da empresa e se aperfeiçoarem.
4) Implementação de um canal de denúncias: o canal de denúncias faz parte dos Programas de Adequação Trabalhista e, relacionado às mulheres, tem a importância de permitir que situações de assédio sejam evitas, mapeadas e os responsáveis punidos. Além disso, permite o crescimento de um sentimento de segurança dentro da empresa, pois é um canal em que será possível relatar situações de ilegalidade.
Ressalta-se que o canal de denúncia precisa ser anônimo e deve ser aberto para receber denúncias sobre ações ilegais e inadequadas referentes a qualquer setor e pessoa da empresa. Todos devem estar envolvidos na construção de uma nova cultura organizacional.
5) Plano rígido de punições: quando forem detectadas situações de assédio, um processo interno de investigação precisa ser iniciado. Após as etapas de investigações e constatada a falta realizada, a empresa deverá cumprir o seu plano de punições. Em um Código de Conduta será estipulada as ações que não serão admissíveis na empresa, bem como as suas penalizações, como advertência, suspensão e demissão por justa causa.
Para poder estipular todo esse caminho, o passo inicial é efetivar ações que observem as reais demandas das mulheres. Essas ações podem ser realizadas de forma específica para cada empresa, vislumbrando as especificidades do setor e as demandas das próprias mulheres que trabalham na empresa.
Uma empresa que possui um ambiente seguro para mulheres é uma empresa que valoriza e respeita todos os seus trabalhadores e avança economicamente, com a ampliação da motivação no ambiente de trabalho e a supressão de conflitos e ilegalidades.
*Miriam Olivia Knopik Ferraz é advogada e sócia fundadora do Knopik & Bertoncini Sociedade de Advogados