A governadora Cida Borghetti tem feito prosperar em discursos e peças publicitárias divulgadas nas redes sociais de que se trata de uma pessoa “firme e forte”. A tentativa é de desmistificar dois defeitos que opositores e até mesmo amigos atribuem a ela: um de que ela seria por demais delicada e, portanto, não seria firme; e, segundo, de que ela é fraca, tem pouca autoridade em relação a quem realmente manda no Paraná, seu “forte” marido deputado Ricardo Barros.
Nesta tarde de 13 de agosto – data que os supersticiosos dizem ser “dia do azar” – a governadora sofreu fragorosa derrota em cinco votações sucessivas na Assembleia. Por grande maioria, os deputados derrubaram os vetos que ela apusera aos projetos de lei que o Legislativo aprovou no mês passado e que concedem reposição salarial para os servidores de todos os Poderes, com exceção dos do Executivo.
Os vetos, segundo ela, eram justificáveis pelo fato de aumentarem as despesas com a folha de pagamentos e sujeitarem o estado ao risco de descumprir os limites de gasto impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os deputados acham que não há este perigo – principalmente agora, às vésperas da eleição, em que eles estão preocupados em conquistar simpatia e votos – e derrubaram os vetos, com placares que variaram entre 42 a 4 e 43 a 3 – isto, com maciça maioria dos 48 parlamentares presentes (houve também umas poucas abstenções).
O destino dos projetos, agora, é voltar para as mãos da governadora, que terá duas prerrogativas: aceitar a derrubada dos vetos e transformar os projetos em lei; ou devolvê-los para que a própria Assembleia os promulgue.
Se ela sancionar as leis ficará valendo a fama de que não é firme nem forte. Se mandar de volta para a Assembleia, mostrará o que diz nos discursos: é “firme e forte”.
Qualquer das posições, no entanto, não fará a menor diferença, já que a reposição salarial será feita da mesma forma. Se este resultado depois se confirmar como uma desobediência à LRF não haverá deputados “firmes e fortes” para explicar.
É um absurdo, ver que os outros funcionarios publicos que a força foram obrigados a aceitar a mudança da data base, e estão levando calote do governo que nao cumpriu o que ele mesmo prometeu, e ainda vão ficar sem receber a reposição salarial, enquanto outros vão ser beneficiados, mas não se enganem, os vetos só foram derrubados por medo de perderem votos, se não fosse ano eleitoral eu duvido que isto acontecesse.
E se a Justiça der ganho de causa à ação judicial do Estado ao não recolhimento da parte do governo à ParanáPrevi? Não estará aí a grande jogada por trás dos panos? Os servidores “ganharão” o reajuste, livrarão o Estado inadimplente contumaz e enforcarão de vez os aposentados e pensionistas. Um belo fim de novela.