Câmara debate projeto de integração dos Caminhos de Peabiru

Pesquisadores, historiadores, gestores públicos e parlamentares debateram nessa quarta-feira (6), em audiência pública na Câmara dos Deputados, um projeto de integração para a exploração turística dos Caminhos de Peabiru. O objetivo é impulsionar o turismo nos munícipios e nos estados cortados por essa rota histórica, possibilitando divulgar esse patrimônio entre os destinos que Ministério do Turismo promove em nível nacional e internacional.

Esse histórico traçado, utilizado inicialmente pelos indígenas, principalmente os guaranis, foi utilizado desde o século XVI percorrendo os territórios dos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, e do Paraguai, Bolívia e Peru. A rede de caminhos que cortava a América do Sul, partindo do Oceano Atlântico e seguindo até os Andes, somava uma rota de mais de três mil quilômetros de trilha.

O Paraná contribuiu para o  debate com a participação do deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR); do coordenador do Projeto Caminhos de Peabiru do Governo do Estado, Arleto Rocha; do presidente da Câmara Municipal de Peabiru, vereador José Valentim Rodrigues, o Jarrão; do coordenador de Turismo da prefeitura de Peabiru, Juliano Scarabel; e do historiador Washington Luiz.

Na audiência, Rubens Bueno, que é autor do projeto (PL 1696/2022) que reconhece os Caminhos de Peabiru como Manifestação da Cultura Nacional, destacou o enorme potencial turístico dessa rota histórica. “É um roteiro ecológico, que não provoca qualquer tipo de poluição ambiental. Além de ser um turismo histórico, pois todo esse caminho ainda está muito ativo na memória da população, mas é pouco explorado e incentivado para que se torne mais um atrativo para a geração de emprego e renda”, disse o deputado.

Rubens Bueno lembrou ainda a possiblidade de criação de parques temáticos ao longo dessa rota. “Temos vários caminhos e os Caminhos de Peabiru podem impulsionar o turismo e a economia brasileira”.

Já Arleto Rocha explicou o trabalho que vem sendo feito pelo município paranaense de Peabiru e pelo governo do estado para impulsionar esse roteiro turístico. “O Peabiru é um potencial turístico reprimido. Eu sempre falo que é como se tivéssemos um baú cheio de moedas de ouro na sala de estar, mas nunca atribuímos a ele importância que devia ter. Mas agora está sendo aberto. Está sendo aberto com o projeto de Santa Catarina e também abrimos na pequena cidade de Peabiru, no coração do Paraná.

Ele lembrou que em 2017, quando secretário de Cultura do município paranaense, deu início, junto com o prefeito Julio Frare, ao projeto “Caminhos de Peabiru: história, cultura e turismo”, que foi duas vezes premiado por gerar emprego e renda. O museu da cidade foi reformado, monumentos e portais foram instalados e também foi definido o marco zero do caminho. A história do caminho também foi levada a população por meio de espetáculos e apresentações nas escolas. Além disso, demarcaram uma trilha de 10 quilômetros dentro da cidade para atrair os turistas.

Com esse trabalho, de 2017 a 2019 a cidade atraiu mais de 20 mil turistas. “Era inimaginável até pouco tempo levar turistas para a pequena Peabiru. Mais inimaginável era levar turistas de Taiwan, da Alemanha, da Austrália, dos Estados Unidos e de toda a América do Sul. Postos de gasolina, restaurantes, hotéis, padarias e farmácias começaram a ganhar mais através do turismo”, relatou Arleto, que está otimista com o avanço do projeto de integração dos Caminhos de Peabiru.

Também foram ouvidos na audiência, presidida pelo deputado Rodrigo Coelho (Pode-SC), a coordenadora de Posicionamento de Produtos Turísticos do Ministério do Turismo, Fabiana de Melo Oliveira; o presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina, Henrique Matos Maciel; a gerente de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo de Joinville, Vanessa Venzke Falk; o vereador de Joinville Henrique Deckmann; o secretário de Inovação, Comunicação e Turismo de Garuva, Gilsemar Mett; a pesquisadora Rosangela Martins Carrara; o pesquisador Ricardo Tiburtius Logullo e o representante da Empresa Brasil Primitivo, André Rockenbach.

 

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