A cabeça e o coração dos brasileiros

Pesquisa de opinião pública realizada pela Fundação Getúlio Vargas aponta que, apesar do quadro de rejeição generalizada dos brasileiros em relação aos políticos, ainda há otimismo em relação ao futuro, com 54% considerando que a qualidade de vida nos próximos cinco anos será melhor do que nos dias de hoje. A coleta das informações em campo, realizada pelo Ibope, contou com 1.568 entrevistados de diversos municípios, em todo o território nacional.

A cabeça e o coração dos brasileiros

Basicamente, a sondagem quis identificar como anda a “cabeça” e o “coração” dos brasileiros. Veja os principais resultados:

• Enquanto as instituições políticas são alvo de ampla rejeição, os brasileiros depositam credibilidade na Igreja (61%), nos militares (46%) e nos juízes (42%);

• Cerca de 55% entrevistados afirmam que não votariam novamente no mesmo candidato em que votaram nas últimas eleições para presidente;

• Dentro deste contexto, 30% pretendem votar em algum candidato fora da política tradicional nas próximas eleições para presidente, 29% dizem ainda que votarão branco ou nulo;

• Dentre os entrevistados, 63% afirmam que a corrupção é o tema que mais os angustia no Brasil, sugerindo que a busca por um representante “honesto” será importante no debate de 2018;

• A insatisfação com o governo, juntamente com a descrença e a falta de identificação com os políticos, desencadeia ainda uma crise de representação partidária. Questionados se concordam ou não que os partidos são importantes e que estaríamos piores sem eles, 47% disseram que não — destes, 33% dizem discordar totalmente;

• Estes resultados indicam a percepção da sociedade sobre um sistema político disfuncional, que necessita de mudanças para reverter essa rejeição à sua estrutura de representação;

• Mesmo diante da desconfiança geral, a pesquisa mostra que a maioria dos indivíduos acredita na importância de suas ações para determinar o rumo do país: 74% concordam que os protestos são importantes para mudar o comportamento dos governantes — 58% afirmam que os governantes temem o povo nas ruas;

• Apesar de os brasileiros verem importância em protestar nas ruas, contudo, não se mostram, individualmente, interessados em fazê-lo, o que indica uma enorme expectativa nas eleições de 2018 como termo de ajuste da vida política brasileira;

• Grande parte dos entrevistados (65%) também considera que debater nas redes sociais é importante para mudar o comportamento dos governantes. Esta é a terceira fonte de informação mais usada pelos entrevistados para se informar sobre política (22%), atrás apenas da televisão (69%) e de sites de notícias e portais (24%);

• O levantamento mostra que o brasileiro ainda sente o impacto dessa recessão. Cerca de 64% dos entrevistados afirmaram discordar totalmente que o pior da crise econômica já passou;

• Quando questionados, a maioria dos entrevistados diz que ainda não percebeu com clareza a queda do desemprego, da inflação e dos juros em relação há um ano;

• O brasileiro mostra que quer uma atuação do Estado na economia (57%) ao mesmo tempo em que defende a diminuição das desigualdades (70%), mas recusa aumento de impostos (79%);

• Em relação ao futuro, o brasileiro mostra-se majoritariamente otimista, com 54% dos respondentes considerando que a qualidade de vida nos próximos cinco anos vai estar melhor do que nos dias de hoje;

• Além disso, 64% concordam em parte ou totalmente que, apesar dos governantes atuais, depende de cada um alcançar a vida boa;

• Portanto, mesmo considerando o contexto atual, a grande maioria dos respondentes (83%) ainda tem esperança no Brasil a longo prazo;

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