Buracos explicam queda do coronel do DER

Não existe assunto mais recorrente na pauta de reclamações que os deputados levam ao Palácio Iguaçu do que as referentes às más condições das estradas. Os deputados – viajantes semanais obrigatórios para visitas às suas bases – refletem sentimento próprio e dos prefeitos e usuários das rodovias. De um lado, se conseguem fazer o DER a cobrir os buracos, os deputados ganham votos; de outro, perdem se os buracos ficarem cada vez maiores e mais numerosos.

Esta situação, segundo explica um deputado governista ouvido pelo Contraponto, é que levou à formação de romarias de parlamentares e prefeitos em busca de socorro no Palácio Iguaçu. Todos reclamavam que não conseguiam obter respostas satisfatórias do diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), coronel João Alfredo Zampieri, que até a noite de terça-feira (20) ainda figurava como ocupante do cargo para o qual foi nomeado por Ratinho Jr., que aderiu ao revival militar de Jair Bolsonaro.

O resultado é que a insistência dos buracos em permanecer e crescer de tamanho nos mesmos lugares enquanto outros nasciam logo adiante, além da falta de pequenas obras de reparo das rodovias, passou a incomodar não apenas os irritadiços políticos asfalto-dependentes como o próprio governo. As perdas políticas provocadas pela inação geraram o mal-estar que culminou com a exoneração de Zampieri, que deverá ser oficializada nesta quarta (21) com publicação de decreto no Diário Oficial.

Para o seu lugar deve ser nomeado o pontagrossense Fernando Furiatti Saboia, atual diretor-geral da secretaria de Infraestrutura e Logística. Amigo do também pontagrossense secretário Sandro Alex, a promoção de Furiatti já é encarada como um fortalecimento da “República de Ponta Grossa”, que entra para competir com a “República de Pato Branco” após a extinção da “República de Maringá” que mandava no governo passado.