Uma nova crise pode começar no altíssimo escalão do poder federal. O colunista Lauro Jardim, de O Globo, conta que obteve áudios em que o presidente Jair Bolsonaro incentiva aliados a atacar seu vice-presidente Hamilton Mourão. Num dos trechos, ele afirma “é isso aí” a um deles que vinha atacando Mourão nas redes sociais.
Coincidência ou não, o vice-líder do governo, Marco Feliciano (PSC-SP), pediu o impeachment do vice, que tenta conter movimentos de Bolsonaro que contrariam interesses nacionais, como a submissão completa aos Estados Unidos e a Israel
Eis a nota de Lauro Jardim:
Jair Bolsonaro traçou uma estratégia para fazer frente aos movimentos de Hamilton Mourão, sem criar mais ebulição num governo que parece navegar em permanente efervescência: trata-se, na prática, de terceirizar ataques.
Bolsonaro tem estimulado alguns de seus líderes a descerem a borduna no vice.
A coluna teve acesso a um áudio de WhatsApp em que Bolsonaro lança algumas de suas marcas registradas verbais (“valeu aí” e “é isso aí”) para agradecer e, mais grave, incentivar um aliado que lhe informara que vinha criticando Mourão nas redes sociais.
Em outro diálogo, com uma frase, Bolsonaro prevê que a batalha doméstica contra o companheiro de caserna vai perdurar pelos próximos três anos anos. Mais: dá a entender que pensa mesmo em disputar a reeleição. “Em 2022, ele vai ter uma surpresinha”. Palavras de capitão.
O prognóstico é que esta fraude não irá até o final do mandato. Inapto, incapaz, sem a mínima visão e praticidade, pois, semeia a discórdia e a crise. Ao invés de enaltecer o Brasil, vende-nos como uma republiqueta de interesse estratégico americano. impeachment já.