Numa espécie de desagravo após a críticas veladas que disparou contra seu ministro, o presidente Jair Bolsonaro e Sérgio Moro participaram nesta quinta-feira de evento para lançar medidas na área de segurança. Em seu discurso, o presidente tratou o auxiliar “patrimônio nacional”, momento em que foi aplaudido demoradamente pela plateia.
A solenidade teve lugar no Palácio do Planalto, quando Bolsonaro assinou protocolo com governadores e prefeitos para a implantação do projeto-piloto do programa Em frente Brasil. O governador Ratinho Jr e o prefeito de São José dos Pinhais foram os primeiros a assinar o protocolo.
Num discurso desconexo, em que falou de religião, Templo de Salomão, economia, queimadas, G7, visita do filho Eduardo a Donald Trump etc., Bolsonaro dedicou o final da fala a elogios ao ministro Sérgio Moro, num sinal de reaproximação com o assessor que, nas últimas semanas, vinha recebendo estocadas de desprestígio do presidente.
O primeiro sinal de reaproximação ocorreu logo no começo do evento. Anunciado pelo cerimonialista, Moro atrasou a sua descida pela rampa do Planalto que leva ao salão de eventos para acompanhar Bolsonaro. Na rampa, os dois se abraçaram e foram aplaudidos. Depois, sentaram um ao lado do outro. Os demais ministros desceram separadamente.
“Obrigado, Sérgio Moro. Vossa Senhoria abriu mão de 22 anos de magistratura para não entrar em uma aventura, mas para entrar na certeza de que todos nós juntos podemos, sim, fazer melhor pela nossa pátria”, disse Bolsonaro no discurso. O presidente afirmou mais de uma vez que os ministros têm “liberdade”. “Eles devem satisfação a vocês, povo brasileiro. Eles têm uma coisa importante: iniciativa. Têm essa liberdade de buscar soluções ao nosso Brasil”, disse.
Antes, em seu discurso, Moro também fez acenos ao presidente. Afirmou que o programa para combater a segurança foi desenvolvido com orientações de Bolsonaro. “É certo que não devemos ignorar esforços que governadores e prefeitos estão fazendo, mas é inegável o mérito do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro”, disse.