Bolsonaro diz que vai indicar Moro ao STF

Na primeira vaga que abrir no Supremo Tribunal Federal (STF), o indicado será o atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. A garantia foi dada neste domingo (12) pelo presidente Jair Bolsonaro. “Se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, de São Paulo. “Uma pessoa da qualificação do Moro se realizaria dentro do STF”, afirmou. Bolsonaro disse acreditar que Moro seria um “grande aliado da sociedade brasileira dentro do STF”.

Já sobre o pacote anticrime apresentado ao Congresso Nacional pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, o presidente Bolsonaro afirmou esperar que seja aprovado, mas ponderou que não é “dono da pauta” do Legislativo. “Maia (Rodrigo Maia) é dono da pauta na Câmara e Alcolumbre (Davi Alcolumbre) é dono da pauta no Senado”, argumentou. “Não posso exigir, interferir, a bola (agora) está com o Rodrigo Maia.”

Ele declarou ainda que o PT pode não querer julgar o projeto anticrime de Moro, que, de acordo com ele, pode “retardar” a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão.

Outros temas abordados pelo presidente na entrevista:

1 – Negociações com o Congresso
Bolsonaro afirmou que gostaria que a “grande mídia” dissesse a ele como formar uma base parlamentar no Congresso. De acordo com ele, até o governo passado, grandes partidos se reuniam com o presidente, que distribuía cargos na administração federal e na presidência de bancos e estatais. “A base era feita dessa maneira, o ingrediente era esse, mas não falam na mídia”, afirmou. Bolsonaro disse que a política do “toma lá dá cá” não deu certo. “Tem ex-presidente preso, ex-presidente da Câmara preso…”, lembrou. Bolsonaro disse, no entanto, que o atual ministério tem as “portas abertas” para todos os parlamentares. Mas, para o presidente, parlamentar não tem que votar com o governo porque foi “atendido em alguma coisa”.

2 – Confiança no vice-presidente
Na entrevista, Bolsonaro disse também acreditar que o vice-presidente Hamilton Mourão não tem a “pretensão de minar” o governo. “Mas outros fazem isso para ganhar algo à frente”, disse. “Aqueles que não pensam em progredir têm que comprar um lote no cemitério, mas não acredito nisso (em minar o governo) por parte do vice.”

3 – Influência nas decisões da Petrobrás
Bolsonaro reafirmou que não há ingerência na Petrobras e que a empresa possui uma política própria de preços “para não quebrar”, falou. “Eles têm um mecanismo de reajustar o combustível que leva em conta a variação do dólar e o preço fora do País”, conclui.. “Se nós agirmos com racionalidade e pensarmos no Brasil. temos como buscar soluções para os nossos problemas. Quando você entra para cruzar o Atlântico, se não se preparar para a tormenta, pode ser surpreendido”, declarou.

4 – Reforma da previdência
O presidente também acredita que com uma boa reforma da Previdência o governo terá “folga de caixa para atender a população”. De acordo com ele, a reforma é como uma vacina: “Tem que dar a vacina no moleque, e a nova vacina no momento é a Nova Previdência.

5 – Postura dos sindicatos
A respeito dos sindicatos, Bolsonaro se posicionou contrário ao desconto automático do imposto sindical no contracheque do trabalhador. De acordo com o presidente, os sindicatos são a “coisa que mais atrapalha o Brasil, pois a maioria legisla em causa própria”. Bolsonaro afirmou que pode haver o imposto sindical se o trabalhador optar pelo pagamento via boleto bancário, mas não com um desconto automático no contracheque.

6 – Defesa do porte de arma
O presidente, ao defender o decreto de porte de armas assinado na última semana, voltou a dizer que está apenas atendendo a vontade popular e respeitando o direito legítimo de defesa pessoal do cidadão. “Eu, por exemplo, como homem, tenho que defender a minha mulher. Sei que se um homem entrar na minha casa é para barbarizar, então, é para meter chumbo mesmo”, defendeu. “Se alguém entrar na sua casa, tem que descarregar nele”, aconselhou.

7 – Preocupação com o turismo
O presidente ainda classificou o turismo brasileiro como vexatório. “O turismo nosso é vexatório, tendo em visto que somos os primeiros do mundo em belezas naturais”, disse, questionado sobre o número de turistas que visitam o País por ano. Bolsonaro creditou o baixo volume de turistas no Brasil à violência e a problemas de legislação ambiental. Em relação à questão da segurança, disse que muito pode melhorar com o projeto anticrime do ministro da Justiça Sérgio Moro, mas que a tramitação está demorada no Congresso.

8 – Ministro do Turismo
Em relação à situação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que é acusado de integrar um esquema de laranjas em Minas Gerais, disse que, se houver algo mais “robusto” contra ele, tomará as devidas providências, mas que não pode agir só com acusações, porque, senão, teria que demitir todos. Bolsonaro elogiou o trabalho do ministro. O presidente lembrou que Álvaro Antônio sugeriu o fim da reciprocidade em pedidos de visto de países como Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e de outros países ricos entrem no Brasil sem visto.

2 COMENTÁRIOS

  1. Tsunami ? Talvez sejam as preocupações de um pai devotado. Sobre a nomeação extra oficial já feita do Dick Vigarista nada a comentar fora o obvio apego aos cargos e a conclusão do Processo Seletivo aberto em 2014 visando preencher cargo no Judiciário. Requisito: Virar o Brasil de pernas pro ar e inviabilizar o maior candidato.” Recruta Zero se antecipando e ja nomeando um Gilmar pra chamar de seu.

    “O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) atacou neste domingo (12) como ilegal a investigação que o Ministério Público faz sobre desvio de recursos públicos que ele praticou em parceria com seu assessor Fabrício Queiroz e pediu o fim da apuração: “Não tem outro caminho para a investigação a não ser ela ser arquivada”, disse em entrevista.

    O Ministério Público investiga uma movimentação financeira de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz enquanto ele trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

    O filho de Jair Bolsonaro se mostrou particularmente preocupado com a possibilidade de o Ministério Público pedir a quebra de seu sigilo bancário. O senador chama de “cagada” a divulgação de seu extrato bancário pela televisão.

    No mês passado, a Justiça já tinha negado pedido do senador para suspender a investigação.

    Flávio Bolsonaro diz que desconhece o paradeiro de de Queiroz, que se encontra fugitivo. “Não sei onde ele está, não tenho informação da família, não sei nada.” Ele confirma que confiava no ex-funcionário e agora, depois da denúncia da parceria dos dois na prática de atos ilegais, aponta que Queiroz “não é merecedor” da sua confiança.”

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