Bolsonaro dá a entender que não pode passar por cima do Supremo

Na manhã desta sexta-feira (29), ao sair do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro faltou em tom mais cauteloso com os seus apoiadores ao falar sobre  as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao ser abordado por um apoiador que reclamou de estar “sofrendo” por causa do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), o presidente deu uma resposta em forma de pergunta: “Se coloque no meu lugar. Passa por cima do Supremo?”. O presidente se referia, certamente, ao entendimento do tribunal de que Estados e municípios têm autonomia para decretar medidas de isolamento social.

Como se sabe, na véspera, também diante do Palácio da Alvorada, o presidente havia dito que não toleraria mais decisões monocráticas de ministros do STF. A ameaça foi uma reação à operação da PF que fechou o cerco contra o chamado “gabinete do ódio”, grupo de assessores, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), suspeito de disseminar fake news e ataques a autoridades públicas.

Um dos alvos da operação da PF, Winston Lima, conhecido como Comandante Winston, esteve entre os apoiadores que encontraram Bolsonaro na manhã desta sexta-feira. Ele agradeceu as declarações do presidente na véspera, contra o STF e em favor dos investigados. Bolsonaro, no entanto, apenas o ouviu e não fez qualquer comentário.

Após a declaração de Bolsonaro sobre o Supremo, o mesmo apoiador que reclamava de Helder, adversário político do presidente, afirmou que queria uma “atenção da Polícia Federal” para retirar o “governador de lá”. “A PF está sempre pronta para dar uma força, para quem estiver aí, suspeito”, respondeu Bolsonaro. (Com informações do Estadão).

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