O presidente Jair Bolsonaro saiu, na manhã desta sexta-feira (20), em defesa do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, suspeito, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, de ser chefe de organização criminosa que desviava dinheiro .Bolsonaro defendeu o negócio que o filho tem como sócio de uma famosa franquia de chocolates e disse que “ninguém lava dinheiro em franquia”.
Ele também acusou o MP carioca e o governador do Rio de Janeiro,Wilson Witzel, de empregar como funcionária fantasma a filha do juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. O magistrado foi o responsável por ter quebrado sigilos telefônico, fiscal e bancário de suspeitos.
Entre acusações e refutações a Witzel e ao MP carioca, Bolsonaro mesclou respostas em tons mais calmos e mais agressivos. “Tô (sic) respondendo, fica quieto. Deixa eu falar, porra”, disse, ao rebater um repórter que o questionou enquanto criticava Witzel e a imprensa, por, supostamente, não ouvir o governador sobre as suspeitas em torno dele.
“O processo (tramita em) é segredo de justiça ou não? Respondam. Respondam, porra. É segredo de justiça ou não?”, vociferou em outro momento, ao questionar sobre as investigações envolvendo Flávio. Os comentários foram feitos nesta sexta-feira (20), na saída do Palácio da Alvorada.
Jornalista – Em outro momento, ao ser questionado por um repórter sobre o que faria se Flávio tiver cometido algum deslize, Bolsonaro tergiversou e respondeu evasivamente em um tom provocativo um jornalista. “Você tem uma cara de homossexual terrível, mas, nem por isso, te acuso de ser homossexual. (…) Falam “se”, “se”, “se” o tempo todo”, criticou.
Em outro momento, Bolsonaro voltou a admitir ter repassado R$ 40 mil à mulher, Michelle Bolsonaro — e não R$ 24 mil — por meio de cheques feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, mas negou ter alguma nota comprovando o empréstimo.
Questionado sobre o comprovante, Bolsonaro voltou a provocar um jornalista. “P****, pergunta para a tua mãe o comprovante que ela deu pro teu pai, tá certo. Você tem a nota fiscal desse negócio contigo no braço? Não tem. Tem a nota fiscal no teu sapato? Não tem, porra. Você tem lá no teu carro? Talvez tenha lá, mas não a nota fiscal”, retrucou. Nesse momento, comentou da relação que tem com Queiroz, mas deixou claro que ele responda por eventuais crimes se tiver feito “besteira”.
A relação entre Bolsonaro e Queiroz vem desde 1985, admitiu o presidente. “Eu conheço o Queiroz desde 85, nunca tive problema com ele. Pescava comigo, andava comigo pelo Rio, eu tinha que ter um segurança comigo. Ele andava com meu filho. E daí, de repente, se ele fez besteira, que responda pelos atos dele. (…) Foi meu soldado na brigada paraquedista. Se ele cometeu algum deslize, ele que responda, não eu”, destacou.
Suspeita – De acordo com o MP-RJ, Queiroz recebeu mais de R$ 2 milhões em 483 depósitos feitos por 13 assessores ligados a Flávio, na época em que era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Já Flávio é acusado de ter lavado até R$ 2,3 milhões com transações imobiliárias e com a franquia de chocolates em que é sócio, uma loja localizada em um shopping da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Do volume supostamente “lavado”, a suspeita é de que R$ 1,6 milhão tenha sido feito pelo estabelecimento.
O presidente, contudo, nega que o filho tenha lavado dinheiro na loja de chocolates. “Arrombaram a loja de chocolates do meu filho. Mas se ele tivesse, se tivesse, se tivesse algo errado, teria assumido? Outra, as franquias são controladas. Não é o cara abre a franquia e a matriz abandona. Ninguém lava dinheiro em franquia”, declarou, emendando com uma história hipotética para justificar eventuais transações suspeitas. “Se aparecer uma servidora botando R$ 60 mil na minha conta, vão arrebentar comigo. Vão ou não vão? E se no dia seguinte eu mostro que vendi um carro para ela, a besteira tá feita. Estão fazendo isso. Desde o ano passado investigam meu filho e não acharam nada”, acusou.
Outra suspeita do MP-RJ envolvendo Flávio, de depósitos bancários de R$ 2 mil, foi respondida por Bolsonaro. “Foi acusado pelo MP do Rio de ter botado, fracionadamente, depósitos de R$ 2 mil no caixa eletrônico no banco. O depósito de R$ 2 mil é o limite para ser colocado via caixa eletrônico. Ele mexe com casa de chocolates”, comentou.
De acordo com Bolsonaro, os ganhos com a franquia justificam o volume financeiro movimentado pela loja. “Daí acusaram ele, também, de estar ganhando mais na casa de chocolates. Quem leva mais cliente lá — e ele leva um montão de gente para lá, ganha mais. Mesma coisa de chegar aí pro Neymar. Por que ganha mais que os outros? Porque ele é mais importante. Não é comunismo”, rebateu.
A origem dos supostos crimes cometidos por Flávio tem origem nas suspeitas de práticas de “rachadinhas”, prática em que assessores de parlamentares devolvem parte de seus salários ao assessorado. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), então no Ministério da Justiça, identificou movimentações atípicas envolvendo 22 deputados estaduais da Alerj, entre eles, o filho de Bolsonaro.
Entre os parlamentares presentes na lista, lembra Bolsonaro, está o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), aliado de Witzel. Ele é suspeito de ter lotado em seu gabinete funcionários cujas movimentações financeiras são incondizentes com os vencimentos. De acordo com o Coaf, três funcionários ligados ao gabinete teriam movimentado cerca de R$ 45 milhões entre 2011 e 2017.
Ao responder se considera Flávio inocente, Bolsonaro disse que não é juiz e evitou fazer juízo sobre o caso. Mas citou, sem menção nominal, Ceciliano. “Vários parlamentares via algum assessor tinham movimentações atípicas. O Flávio é o 17º. Vocês já assinaram uma matéria sobre o 01 da Alerj? Não fizeram, poxa. O 01 é aliado do Witzel, inclusive. É do PT. Foi eleito presidente da Alerj, tem uma linha contrária a de vocês, com R$ 50 milhões. Se alguém desviar R$ 1 real é culpado”, comentou. (CB).
A cada dia que passa, Bolsonaro tem se portado de forma pior. Além do insulto, claramente homofóbico, não cansa de tentar culpar o Witzel por tudo. Ele precisa parar com a infantilidade e começar a representar dignamente o nosso país.
Tem de haver uma agencia reguladora das ações dos MPs Estaduais ou Nacional.
Afim de parar com os abusos.
Não entendi. Quem abusa de quem? Ate onde li quem esta sendo abusada diuturnamente é a Verdade
. Aqui no Paraná parece que justiça boa e a do padrão Lava Jato onde so não se manipula quantas horas tem um dia