Beto Richa estricnado

(por Ruth Bolognese) – O fair-play exibido pelo ex-governador Beto Richa nas entrevistas de quarta-feira à Gazeta do Povo e RPC – e elogiado aqui pelo poder de dissimulação – era exatamente isso: um esforço brutal para aparentar tranquilidade, palavra mágica, em forma de mantra, que ele repete ad aeternum.

Observadores atentos antes, durante e depois da entrevista, presentes na redação do jornal, contaram que o ex-governador estava bem longe de exibir serenidade. Ao contrário, nervosíssimo, no limite da ansiedade, mostrou claramente o quanto as variadas e convincentes denúncias de corrupção que surgem quase todos os dias o tem afetado pessoalmente.

Nada mais natural. Um político de carreira como ele, filho de quem é, com um futuro brilhante pela frente, reserva estratégica do PSDB para candidaturas majoritárias, ser chamado de “Aécio Neves do Paraná” e ficar tranquilo, seria um sinal de psicopatia grave.

No ar, avaliam os mais calejados na ciência dos símbolos, signos e sinais, tão importantes no dia-a-dia da política, o ex-governador só deu mostras da inquietude que lhe corrói a alma quando saiu do comportamento automatizado que segura a onda da altivez e caiu na vala comum dos insensatos, ao chamar o senador Roberto Requião para a briga.

Aí borrou-se todo. Como na velha recomendação dos que cultivam a contenda como forma de vida, “nunca brigue com um porco porque ambos vão cair e chafurdar na lama. A grande vantagem do porco é que ele gosta.”

E antes que alguém se espante com tão exótica comparação, não está se chamando Roberto de porco. É apenas uma força de expressão para sinalizar que, numa briga no escuro, o senador é incomparavelmente mais calejado e mais eficiente no manejo da foice afiada. Beto Richa está apenas começando a viver seu inferno astral.

1 COMENTÁRIO

  1. Uma frase ficou meio estranha! ‘ad aeternum’ do latim é como ‘para sempre’, ‘eternamente’, portanto algo que continuará no tempo futuro. Creio que nesse caso a frase seria para o futuro: se repetirá ‘ad aeternum’, e se já se repete há tempos talvez ‘longinquus’ fosse cabível. Mero palpite, melhor consultar seu amigo Professor e FONTE de informações diversas, do Tribunal de Contas, que ele é expert no latim.

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