Beto Richa e a Educação: fracasso total

(por Ruth Bolognese) – Ao insinuar que pode atrasar os salários das universidades estaduais relutantes na adesão ao Meta4, o programa do governo que controla tudo, o governador Beto Richa fecha o ciclo da desastrosa relação que sempre teve com a educação do Paraná, particularmente com os professores.
Na história do Paraná não se tem registro de atraso no pagamento dos professores. Seria um trauma inédito.

O caminho traçado por Richa numa das áreas mais importantes de seu governo, e de qualquer governo, foi ruim até mesmo nos bons momentos: o aumento de 34% que concedeu na primeira gestão, a conselho do então secretário de Educação, Flávio Arns, um conversa mole com fama de competente, refletiu diretamente no caixa do governo.

Teria sido responsável, na versão oficial, por boa parte do déficit de caixa, cerne de todos os problemas da segunda gestão. Richa cometeu o erro clássico de fazer o bem de uma vez só, e errou de novo, ao tentar fazer o mal em gotas, congelando salários da categoria e reduzindo vencimentos dos professores temporários.

Nos maus momentos, o pior escândalo que o governador enfrenta chama-se Operação Quadro Negro, que investiga se o dinheiro destinado para as reformas e construção de escolas foi desviado para a campanha da reeleição.

Desgaste de lado a lado, e tudo culminou na batalha do Centro Cívico, com um arsenal bélico, do lado do governo, jamais visto no Paraná. Polícia montada e coletes a prova de bala para jogar bombas em professoras protegidas apenas pelo avental de xadrez quadradinho usado em sala de aula.

A justiça, sabe-se lá por que razões, absolveu o governador da culpa pelas centenas de feridos, mas a decisão não moveu uma palha no rancor dos professores. E eles, comandados pela APP-Sindicato, que Beto Richa trocaria facilmente pelo capeta em forma de sindicalista, nem lutavam por salários, mas sim pela Previdência estadual.

Pelo que se vê, o governador desistiu de estabelecer uma relação republicana com os professores. Tem sido arrogante na forma e impiedoso no trato.

Se atrasar os salários para forçar universidades do porte da UEL, UEM, UEPG, UNIOESTE e UNICENTRO a aderir ao tal Meta4 – elas alegam a perda da autonomia – fechará com chave de ouro a guerra com a educação do Paraná. Ambos os lados já perderam muito com isso.

Mas o fracasso é do governador.

4 COMENTÁRIOS

  1. Comentário de comissionados e de marqueteiros não vale. O Meta4 até pode ser um instrumento de transparência, mas temos que concordar que transparência não é o forte deste governo, então o que resta é o controle, este sim, presente na Casa Civil Paranaense desde sempre. E chega de atrelar tudo a este ou aquele partido, isso faz mal a democracia, pois a falta de qualquer um deles pões em risco todo um frágil processo democrático vivido hoje. Achar que PT ou PSDB ou outra sigla qualquer pode ser a salvação ou a derrocada de um estado ou um país é sintoma de superficialidade na sua visão política. Urge revermos estes conceitos partidários e pensarmos mais como cidadãos.

  2. Análise pra lá de superficial da “jararaca”. E olha que não nutro nenhuma simpatia pelo Charles Albert, mas querer defender estes “supostos” professores que possuem um braço mais que político do PT chamado APP Sindicato? E essa suposta autonomia das Universidades que gastam o que não tem? Pare tudo serpente peçonhenta! A parcialidade da jornalista tá pegando mal até para o Celso Nascimento! Criticar é bom, mas com fundamento razoável! Do jeito que está o blog vai de mal a pior!

  3. A jornalista está equivocada e ignora o assunto sobre o qual escreve. O Meta4 é um instrumento de transparência dos gastos públicos. Não estou aqui para defender o governador, mas para defender a absoluta transparência no emprego do dinheiro público. Como cidadão, isto é o mínimo que espero do governo.

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