A maioria governista na Assembleia Legislativa vai decretar o congelamento dos salários do funcionalismo por mais um ano, completando três anos sem reajustes. É que um projeto de Beto Richa prevê teto de gastos pelos próximos dois anos (2018 e 2019), período em que as despesas do estado poderão crescer apenas até o limite da inflação. Isto é, o reajuste cancelado em 2017 e as reposições que deveriam ser feitas até 2019 ficam canceladas. O projeto, claro, será aprovado pela Assembleia.
Como sempre a culpa é do governo federal. É que o Paraná se comprometeu a estabelecer o teto de gastos para que se mantenha incluído no Plano de Auxílio aos Estados criado pela União pelo governo Temer – base da estratégia do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para diminuir o déficit fiscal. Sem isso, o Paraná não se beneficia do alongamento das dívidas junto ao governo federal por 20 anos.
Além dos salários do funcionalismo, cortes da ordem de R$ 3,6 bilhões no orçamento estadual atingirá todos os setores, inclusive os de saúde e educação.
As medidas de contenção irão além da gestão Beto Richa, já que em 2019 o Paraná estará sob nova direção. Por isso, foi considerada sintomática a ausência de Ratinho Jr., candidato com chances de vencer a eleição do ano que vem, quando da votação do projeto em primeira discussão na última quarta-feira. Ele se encontrava na Assembleia, mas não foi ao plenário para votar.