O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno acusou o presidente Jair Bolsonaro de mentir ao atribuir a ele a montagem de um dossiê que teria tirado o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) da condição de candidato a vice em sua chapa em 2018. Em vídeo divulgado na noite dessa quarta-feira (13), Bebianno desafiou o presidente a se submeter, com ele, a um detector de mentiras. “Eu de um lado, o senhor do outro. Vamos ver quem é o mentiroso? Está aqui feito o desafio. Quero ver se o senhor aceita”, provocou. A informação é do site Congresso em Foco, de Brasília.
Bebianno presidiu o PSL a pedido do próprio candidato a presidente em 2018 durante a campanha eleitoral. Perdeu a condição de homem de confiança do presidente em fevereiro, quando foi demitido do governo após entrar em colisão com o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente. Desde então passou a ser alvo da artilharia de bolsonaristas e a revidá-los.
No vídeo, Bebianno afirma que tomou conhecimento da existência do dossiê pelo próprio Jair Bolsonaro, que lhe telefonou – segundo o ex-ministro – por volta das 4h30 da madrugada de sábado para domingo (5 de agosto de 2018), último dia para registro da chapa. “Disse que tinha foto dele participando de festa gay, baile de máscara gay, além de envolvimento com gangues de briga de rua, que agrediam mendigos. Uma história tão baixa, surreal e esquisita, que acordei atordoado, suruba, príncipe…”, relatou.
De acordo com o ex-presidente do PSL, Bolsonaro lhe contou ter recebido o material de um delegado da Polícia Federal e de um coronel do Exército, sem mencionar os nomes, e que, por isso, decidira registrar Mourão no domingo. A documentação do Príncipe já havia sido fechada no sábado como candidato a vice, explicou.
Bebianno afirmou que, além do Príncipe, também estiveram para ser anunciados como vice de Bolsonaro o ex-senador Magno Malta (PR-ES), a hoje deputada estadual Janaína Paschoal e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, além do próprio Mourão, cujo nome, conforme o advogado, enfrentou resistência do candidato até o último momento.