Barros irritado com Beto

Os últimos movimentos do governador Beto Richa, que por vezes usa o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano para transmitir recados, tem deixado o ministro Ricardo Barros profundamente irritado.

Enquanto Richa, em entrevistas, continua repetindo que ainda não sabe se sai ou fica no governo, Traiano informa que o governador teria condicionado sua renúncia ao cargo para concorrer ao Senado se uma das candidaturas – a de Ratinho Jr. ou de Cida Borghetti, mulher de Ricardo Barros – fosse retirada. O raciocínio exposto por Traiano é que, sendo ambos da base governista, uma dupla em disputa no mesmo campo mais dividiria do que uniria o grupo político e enfraqueceria o poder de Beto.

Barros, que enxerga na posição pendular de Beto uma tentativa de criar dificuldades para vender facilidades, especialmente em relação à candidatura natural de Cida Borghetti à sucessão, já teria confrontado o governador diretamente sobre o assunto. Beto teria desconversado e não assumido posição clara.

Pessoas próximas a Ricardo Barros dizem que ele já não esconde a irritação. E que não está disposto a aceitar algumas das condições que Richa estaria impondo para deixar a cadeira de governador para a vice e sair para o Senado. Dentre tais condições, o governador estaria exigindo a preservação na estrutura administrativa do estado, em cargos chaves, de amigos e correligionários dele e à sua escolha, durante os meses em que Cida estará governadora e concorrendo à reeleição.

A persistir por mais (pouco) tempo este comportamento, dizem as mesmas fontes próximas do ministro,  na cabeça de Ricardo Barros já estaria também presente a possibilidade de uma mudança de estratégia na costura da candidatura de Cida, de modo a esvaziar a força de Richa deixe ou não o Palácio Iguaçu. Seria algo próximo a uma postura de oposição.

2 COMENTÁRIOS

  1. Acho essa análise absolutamente furada. Concordo com o Galindo:
    GAZETA DO POVO
    http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/beto-richa-quer-mostrar-ricardo-barros-quem-e-que-manda/
    Beto Richa quer mostrar a Ricardo Barros quem é que manda
    Anda difícil ler os atos de Beto Richa. Na disputa entre Ratinho e Cida Borghetti (leia-se, Ricardo Barros), num momento ele aponta para um lado, no outro já parece ter mudado de ideia. Parece que não sabe para onde vai (ou sabe muito bem, e está é deixando os outros zonzos).

    No fim de semana, Ademar Traiano, um dos homens mais próximos ao governador, foi a uma rádio e deu uma de bocudo. Disse que Beto só sairia do governo antes do tempo caso Ratinho e Cida se acertasse – dando a entender que um devia virar vice do outro, por exemplo. O importante era o grupo caminhar unido.

    Era um recado claríssimo para Cida e o marido. Se querem ganhar o mandato-tampão de nove meses, que deixem de ser gulosos e aprendam que é preciso obedecer a Beto, que ainda tem a chave do Palácio. Se não seguirem seu receituário, ele mata a candidatura desde já. Basta não entregar o governo a ela.

    Leia mais: Beto Richa admite crise da segurança, mas ainda não demite secretário

    Barros, claro, ficou furioso. Mas uns dias depois, Beto avisa que não se preocupem. Na entrevista, Traiano falou por conta própria. E mandou um recado duro, dessa vez para seu grupo: ninguém está autorizado a falar no nome dele. Barros teria se tranquilizado.

    Mas… De onde Traiano teria tirado essa ideia. De bobo, o presidente da Assembleia só tem a carinha. Se fez o que fez, deveria ter um propósito. Teria Richa sido maquiavélico a ponto de mandar o outro falar só para ele poder desdizer?

    A impressão é de que Beto está jogando uma longa partida de “sério” com Barros. Quer cozinhar o outro em fogo lento, adiando a renúncia e dando a entender que pode ficar o quanto quiser. Até que o ministro pisque e aceite qualquer condição que Beto impuser.

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