O G1/Paraná teve acesso aos autos do inquérito que, com autorização do STJ, o Ministério Público Federal (MPF) faz sobre a suposta participação de Beto Richa em favorecimento à empresa Green Logística, que pretendia construir um estacionamento em área de Mata Atlântica, perto de Paranaguá. Suspeita-se que a empresa beneficiada tenha ligações com a família do governador.
PGR começa a ouvir testemunhas em inquérito que investiga o governador do Paraná Beto Richa
Procuradoria-Geral da República (PGR) começou a ouvir nesta quinta-feira (10) as primeiras testemunhas em um inquérito que apura supostas irregularidades que teriam sido cometidas pelo governador do Paraná Beto Richa (PSDB). Há indícios de que o tucano tenha beneficiado uma empresa que fez negócios com a família dele, ao assinar um decreto para liberar construções comerciais às margens da BR-277, em Paranaguá, no litoral do estado.
Os depoimentos foram prestados à PGR na tarde desta quinta-feira. Foram ouvidos o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Tarcísio Mossato Pinto, o chefe do departamento de licenciamento e atividades florestais do IAP, Venilton Pacheco Mucillo, e o empresário Theodócio Jorge Atherino, sócio da empresa Green Logística.
O inquérito foi autorizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso já é investigado em primeira instância, em Paranaguá. Cinco pessoas respondem ao processo.
Segundo as investigações, a Green Logística foi a empresa beneficiada com o decreto assinado por Richa. Em novembro de 2013, a empresa pediu ao IAP uma licença prévia, para construir um estacionamento de caminhões, em uma área de mata atlântica, às margens da BR-277. O local fica próximo ao Porto de Paranaguá. Um mês depois, a Green Logística comprou o terreno onde pretendia construir a obra.
No mês seguinte, Richa asssinou o decreto, considerando de interesse público o eixo modal de Paranaguá, que incluía a área do estacionamento. O texto diminuiu as restrições ambientais para o funcionamento de postos de combustíveis, armazéns e estacionamentos, mas o Ministério Público diz que essas atividades não são reconhecidas como de utilidade pública, nem de interesse social.
Em fevereiro de 2014, com base no decreto de Richa, o IAP concedeu a licença prévia à Green Logística e a empresa começou a desmatar uma área de aproximadamente 13 hectares, para iniciar a obra. A licença, porém, foi suspensa, a pedido do Ministério Público.
É lamentável constatar que a trajetória do governador-família do PR é um “sucesso” de improbidades: sogra-fantasma, contratos nefastos do transporte coletivo de Curitiba; corrupção monstruosa na receita estadual, outro tanto na secretaria de educação, caixa 2 na campanha, bombas e cacetes nos servidores públicos, agora, esse licenciamento ambiental escuso no litoral. E quer seguir adiante em mandato público? Acho que muita gente está pensando: basta piá !