O arcebispo de Curitiba, dom José Antonio Peruzzo, é um dos 152 bispos brasileiros que lançaram neste fim de semana a “Carta ao Povo de Deus”, na qual criticam o governo Bolsonaro, acusando-o de faltar com a ética e em que afirmam também que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história, vivendo uma “tempestade perfeita”.
Os bispos citam a existência de uma crise sem precedentes na saúde e um “avassalador colapso na economia” com a tensão sofre “fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança”.
O Brasil conta com pouco mais de 400 bispos em atividade ou eméritos (aposentados), divididos em partes relativamente iguais entre progressistas, moderados e conservadores. Nem todos os nomes dos signatários são conhecidos, mas listas parciais que vêm sendo divulgadas pela imprensa mostram que há nelas representantes de todas essas correntes.
O arcebispo de Curitiba é tido como participante da ala moderada do episcopado, mas ainda ninguém esqueceu a defesa que dom Peruzzo fez do padre-cantor Reginaldo Manzotti, detentor de concessões de rádio e televisão no país (Rede Evangelizar) que, no mês de maio passado, criticado por ter liderado um grupo de representantes de redes de comunicação católica para pedir ao presidente Jair Bolsonaro verbas publicitárias para suas emissoras. Em troca, ofereciam uma comunicação “positiva” para o governo.
Na ocasião, dom Peruzzo se justificou: “”Ponderei a ele (padre Reginaldo Manzotti) que não gosto nem um pouco do atual presidente. Todavia, no segmento das comunicações, quase tudo depende de autorização governamental. Qualquer meio de comunicação de rádio ou TV é concessão do Estado. Hoje, se não forem mantidos canais de diálogo, multiplicam-se severamente as retaliações. Foi assim também no passado, independentemente dos governos e grupos partidários. E o governo de agora é o que agora governa. Não existe outro.”
Segundo registros na imprensa, assinaram a “Carta ao Povo de Deus” os seguintes cardeais, arcebispos e bispos: o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Claudio Hummes; o bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sandalo Bernardino; o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro; o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Taschetto Damian; o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa; o bispo prelado emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler; o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol; e o arcebispo de Manaus (AM) e ex-secretário-geral da CNBB dom Leonardi Ulrich.
Aqui, a íntegra do documento:
“Carta ao Povo de Deus”
“Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.
Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.
É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.
O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.
Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.
É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).
Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.
O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.
O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.
No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.
Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).
Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?
O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.
Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).
Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).
O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.
O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26).
A Primeira coisa é que esses bispos não representam a totalidade da igreja católica no Brasil. São bispos rebeldes que não estão em comunhão com o Papa e nem com a CNBB. Mesmo a CNBB sendo a maioria socialista e comunista, tiveram o cuidado de não darem apoio a esses bispos rebeldes. Outro Fato é que a maioria dos bispos que assinaram estão fora de atividade na igreja, são Eméritos, ou seja, não tem vós na igreja, tem mandam nada.
Segunda coisa: Os bispos e Arcebispos que estão em atividade que assinaram, devem ter algum problema de Alzheimer, pois a saúde no Brasil nesses últimos 20 anos de governo de esquerda sempre foi um caos com milhares de pessoas que morreram sem recurso em corredores de hospitais. Uma corrupção generalizada que por anos assolou o país.
Então dar sentido à essa carta é o mesmo que jogar pérolas aos porcos. Mas seus signatários devem fazer uma retratação, pois levarão muita pancada.
Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.
E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. (Mateus 24:9-13)
Peruzo que decepção seu ridiculo babaca, porque não se manifestaram quando seus amigos esquerdistas assaltavam o país, induzindo crianças ao kit gay etc etc.
Não da para entender esses bispos do inferno, a igreja contra um Presidente Cristão e eque esta fazendo o possivel para salvar o pais na pandemia e voces acham que não esta fazendo nada.
Que beleza o socialismo no Brasil e voces terem que se esconder seu idiotas.
Me surpreendi e fiquei pasmo com a carta desta entidade CNBB ao presidente da república. Não vi nem outorguei nenhuma autonomia como cristão que sou ,a dar aos bispos deste conselho as opiniões que formularam no documento. Não concordo com tais opiniões como a maioria do povo brasileiro que elegeu nosso presidente. Não concordo com a posição socialista/comunista que emana deste documento. Minha igreja é outra com ideias cristãs e vocês não me representam.
Por atitudes como está é que a igreja católica está minguada de fiéis, perdendo espaço.
Repúdio veementemente as suas posições, que inclusive sei não representam a maioria dos párocos deste pais . A nossa pátria é maior que vocês que infelizmente estão perdendo o rumo da história. Rezem para voltar a ter voz à seus fiéis pois perigam a fazer sermões às paredes.
Acho engraçado esses padres se posicionarem agora. Nenhum deles abriu a igreja pra dar um copo d’água pra ninguém. Agora pq será que vem com essa cartinha? Fecharam as igrejas. Sumiram e agora aparecem. Isso é o tiro no pé de sempre. Vão perder feio os fiéis pois todo mundo está vendo como Bolsonaro e responsável. Um homem de Deus. Diferente de vcs. Sabe se lá pq vieram agora com a cartinha. Não piso mais em igreja católica. Mas a verdade tem sido implacável. É só dar tempo ao tempo.
Perdão irmãos fascistas e ingênuos
Mas as pessoas tem que se posicionar
Na empresa privada dizem pra vc ser reservado, mas em certas posições vc se expande e conta em quem vota, pronto tá feira a merda. Os subalternos que são de outro partido podem ter raiva de vc, ou vc pode se tornar um vaidoso e favorecer os seus, aqueles funcionários que votam. Igual, e Tb, os peça saco que nem tiram, mas mentem só pra te bajular ahahahah
Aí a novela da indústria, da empresa privada, é uma novela.
Mas a igreja, os políticos
OPA esses tem que subir no palco e gritar bem akto: ei vc! Pare de fazer isso, eu tô vendo. Pare. É errado. Pare e vou te denunciar, do contrário vc está sendo omisso
E fez bem nosso bispo
Até pq ele devia uma redenção, desde a coisa criada pelo manzotti, o qual deixou os cristão anti fascismo com as orelhas em pé
Por isso gosto do Francisco
Ele falou recentemwbte: ei raja Sofia é a metade do mundo, raja Sofia é mesa a medo, endorgan está errado, não pode fazer raja Sofia ser apenas Mesquita, ela é Tb uma catedral, por isso ambos monumentos aceitará fraterna, se fosse outro papa será q ia puxar a orelha do turco fascista? m ser museu e a celebração da unia
Peruzo estou contigo
Por isso e por varias omissões pelos ditos bispos católicos e que a cada dia os católicos estão deixando a igreja e indo para as igrejas evangélicas