Enquanto o governo Jair Bolsonaro lança vídeo de campanha “O Brasil não pode parar” (veja AQUI) em defesa do fim da quarentena, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu que ter errado ao apoiar a campanha “Milão não para” que, há um mês, incentivou os habitantes da cidade a continuar com suas atividades normais, mesmo em meio à pandemia no novo coronavírus.
A mea culpa de Sala, do Partido Democrático, de centro-esquerda, foi ao ar na televisão italiana no último domingo. De acordo com o prefeito da cidade de 3,1 milhões de habitantes, foi um erro defender a interrupção da vida normal, mas, há um mês, ainda não se tinha dimensão da real gravidade do novo coronavírus:
— Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título #MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado — afirmou Sala. — Ninguém ainda havia entendido a virulência, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas.
Na ocasião, ele postou em seu Instagram um vídeo realizado por uma associação de bares e restaurantes da cidade, que incentivava a população a viver normalmente. A gravação falava sobre os “milagres” feitos diariamente pelos cidadãos de Milão, de seus “resultados econômicos importantes” e de que a população “não tinha medo”. A campanha contou com a adesão de uma série de figuras políticas importantes do país, como Matteo Salvini, expoente da extrema direita europeia, e Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrático.