Após 4,4 mil mortes, prefeito se arrepende da campanha “Milão não para”

Enquanto o governo Jair Bolsonaro lança vídeo de campanha “O Brasil não pode parar” (veja AQUI) em defesa do fim da quarentena, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu que ter errado ao apoiar a campanha “Milão não para” que, há um mês, incentivou os habitantes da cidade a continuar com suas atividades normais, mesmo em meio à pandemia no novo coronavírus.

Na ocasião, a região da Lombardia, na qual Milão fica localizada, tinha 250 pessoas infectadas pelo vírus, com 12 mortes. Na manhã desta sexta-feira, havia mais de 34.889 casos da doença confirmados na região, com 4.861 mortes, mais do que em qualquer outro ponto do país, que já soma 80.589 infecções, com 8.215 mortes, segundo o levantamento da Universidade Johns Hopkins.

mea culpa de Sala, do Partido Democrático, de centro-esquerda, foi ao ar na televisão italiana no último domingo. De acordo com o prefeito da cidade de 3,1 milhões de habitantes, foi um erro defender a interrupção da vida normal, mas, há um mês, ainda não se tinha dimensão da real gravidade do novo coronavírus:

— Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título #MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado — afirmou Sala. — Ninguém ainda havia entendido a virulência, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas.

Na ocasião, ele postou em seu Instagram um vídeo realizado por uma associação de bares e restaurantes da cidade, que incentivava a população a viver normalmente. A gravação falava sobre os “milagres” feitos diariamente pelos cidadãos de Milão, de seus “resultados econômicos importantes” e de que a população “não tinha medo”. A campanha contou com a adesão de uma série de figuras políticas importantes do país, como Matteo Salvini, expoente da extrema direita europeia, e Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrático.

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