Alep aprova volta da licença-prêmio para servidores do Ministério Público

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou, nesta segunda-feira (31), em primeiro turno, por 31 votos favoráveis, 16 contrários e três abstenções, projeto da Procuradoria-Geral de Justiça que estabelece o estatuto dos servidores do Ministério Público do Paraná (MPPR), e recria a licença-prêmio para os funcionários do órgão. O MPPR argumenta que a proposta garante isonomia com os servidores do Tribunal de Justiça do Paraná  (TJPR)e do Tribunal de Contas (TCE-PR).

Em 2019, a Alep aprovou proposta do governo Ratinho Júnior que extinguiu o benefício para servidores do Executivo, alegando necessidade de corte de gastos. Na época, afirmou que o objetivo de extinguir o benefício era zerar o passivo que chegaria a quase R$ 3 bilhões.

Até então, os servidores tinham direito a uma licença remunerada de três meses a cada cinco anos trabalhados, recebendo salário integral. Atualmente, os servidores do MPPR não têm estatuto próprio e são submetidos ao estatuto dos servidores do Executivo.

Pela proposta aprovada nesta segunda-feira, os servidores do órgão voltariam a ter direito a licença-prêmio por assiduidade a cada cinco anos. O servidor que não tiver se afastado das funções por motivos injustificados poderá ter três meses de licença remunerada. O MPPR argumenta ainda que “o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Paraná, aplicável aos servidores do Ministério Público do Paraná até a superveniência de Estatuto próprio, já o previa (a licença-prêmio) desde 1970”.
A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB/PR) elaborou, em março, um parecer criticando o projeto. Para a entidade, a licença-prêmio por assiduidade ultrapassa a “razoabilidade e a proporcionalidade” e o projeto “é inadequado, por contrariar o interesse público; não atende a nenhuma necessidade da Administração Pública, sendo do interesse apenas dos servidores; é desproporcional em sentido estrito, pois cria ônus financeiro, especialmente em momento de crise econômica e social”.

O deputado estadual Homero Marchese (Pros) também criticou a iniciativa. “É um projeto ilegal. Viola a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não veio acompanhado da estimativa de impacto financeiro. Viola a lei complementar da pandemia que proíbe a concessão de vantagens aos servidores públicos até o final do ano”, disse. “Além de inconstitucional e ilegal é imoral. Está sendo votado em um momento em que a Capital do Estado está fechada. Que os comerciantes estão com as portas fechadas”, apontou. (Do portal Bem Paraná).

 

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