Por Cláudio Henrique de Castro – Alain Delon, ator francês, no alto dos seus 88 anos agora está enfrentando o conflito dos filhos por sua herança.
Em 2013 afirmou que gostaria de ser sepultado ao lado dos seus 45 cachorros de estimação enterrados num cemitério particular em sua propriedade em França.
Na capela estarão Delon e seus cães no repouso eterno.
E os filhos?
Atualmente brigam para que o pai se mude para a Suíça, cujos benefícios fiscais são vantajosos à partilha da herança.
Na Suíça há os exilados fiscais, pessoas ricas estrangeiras que não mantêm nenhuma atividade econômica no país, mas seus impostos têm em consideração os gastos para manterem seu estilo de vida no país (swissinfo.ch).
A questão de os bilionários não recolherem impostos é uma questão global.
Na última reunião no Fórum Econômico Mundial de Davos em 17 de janeiro deste ano, um grupo de mais de 250 bilionários e milionários divulgou uma carta exigindo que a elite política global aumente os impostos sobre as suas fortunas a fim de combater as desigualdades e melhorar os serviços públicos.
No mínimo, a riqueza extrema gera graves ameaças à democracia.
Há um cenário do aumento do super ricos e, em breve, trilionários, e a sua relação com o aumento da pobreza extrema no mundo, principalmente, nos países subdesenvolvidos.
Segundo o Banco Mundial, até 2030 cerca de 600 milhões de pessoas enfrentarão dificuldades para viver com menos de US$2,15 por dia.
Na realidade, a justiça tributária global ignora a tributação das corporações, das instituições financeiras e dos super ricos. Ao mesmo tempo, as alterações climáticas desenham a exclusão de milhões de pessoas.
O novo desafio dos direitos humanos inclui a tributação nacional e global desses setores afortunados e a respectiva redistribuição dos recursos às populações desassistidas por meio das políticas públicas e do desenvolvimento sustentado.
Outra pauta relevante é a indenização pelos causadores do aquecimento global, cujas emissões se iniciaram na Revolução Industrial. Enquanto isso a agenda para a redução das emissões globais é constantemente adiada.
A disputa da herança de Alain Delon é apenas a ponta desse iceberg.