O Contraponto teve acesso exclusivo ao relatório que o último interventor nomeado pela Justiça do Trabalho, em outubro passado, encaminhou ao juiz Eduardo Baracat, da 9.ª Vara do Trabalho, no último dia 4. O documento descreve a situação dramática do Hospital Evangélico. Eis alguns pontos relatados pelo interventor Ladislau Zavadil Neto:
- A interrupção definitiva da prestação dos serviços das atividades hospitalares está muito próxima de ocorrer, pela impossibilidade de pagamento do 13.º salário, encargo salarial de desembolso imediato para este momento, assim como os honorários médicos já em atraso há vários meses.
- Real possibilidade de interrupção no fornecimento de insumos imprescindíveis ao desenvolvimento das atividades médicas … Insumos básicos, tais como medicamentos, gases, anestésicos, materiais cirúrgicos e ambulatoriais, insumos de esterilização e limpeza de ambientes críticos.
- Déficit crescente, atualmente da ordem de R$ 1.610.000,00 por mês, sem considerar os honorários médicos que não estão sendo pagos.
- Falta de manutenção mínima nos equipamentos de procedimentos cirúrgicos, ambulatoriais e especialmente da UTI, com exposição de grave risco da população atendida.
- Impossibilidade de continuidade dos atendimentos se não forem levantados R$ 22.000.000,00 com urgência, sendo que o faturamento mensal é de pouco mais de R$ 10.000.000,00 e a instituição não tem nenhuma possibilidade de obter financiamento bancário.
- O relatório do Conselho Médico Consultivo do Hospital é ainda mais claro, dizendo textualmente: “sentimos que quanto mais se prolonga o status quo, pior ficará nossa situação e mais inviável se tornará a venda ou leilão do estabelecimento”.
- O mesmo relatório do conselho médico conclui da seguinte forma: “Infelizmente, no modelo atual, não vislumbramos futuro. O que realmente queremos é uma definição de atitudes que resolvam a situação e não a postergação de um fato que nos parece consumado: a morte do moribundo.”
- Com relação ao não pagamento continuados da equipe médica sem o repasse da produção aos médicos, observamos uma saída gradativa e constante dos profissionais, comprometendo nossas atividades com a grande e fundamental importância social que este hospital possui. Esperamos que esta situação, crítica, seja resolvida o mais breve possível, com o risco de fechamento do hospital e, mais uma vez, sem condições de cumprirmos a contratualização.
Os problemas do Evangélicos vêm de muito longe. Acho que a má gestão é que foi a pá que cavou este túmulo , onde o cadaver do Hospital, conforme o obituário escrito acima, será enterrado definitivamente.
Vi na wikipedia que o Evangelico é de 1959 e era um braço duma Sociedade Beneficiente. Ou seja dependia de alguem para poder financiar suas atividades.
Pergunta: O que interessa mais a uma familia evangélica de baixa renda, o que é a grande maioria : um, Hospital bancado pelas suas Congregações que o pudesse atender mesmo que ele não tivesse Unimed ou um monte de Templo faraônico espalhados pela cidade que fazem a grande alegria dos Pastores?
Nesta hora acho que o fiel esta sendo enganado e vai acabar indo parar no N S das Graças, no N S do Pilar ou outro Hospital catolico que aparentemente mesmo com todas as dificuldades são aparentemente melhores geridos.
O Evangelico deve ter sido é um grande trampolim pra lançar muito “dirigente” para a politica tipo zacharow..