A credibilidade das histórias contadas pela internet

Por Cláudio Henrique de Castro – Com o aumento das consultas na internet e nas redes sociais comerciais, o conhecimento está encolhendo.

Com poucas palavras, talvez em duas linhas, os resumos de assuntos acabaram com a profundidade dos temas históricos.

É o domínio coletivo da superficialidade.

Para alguns pensadores: é o triunfo da tolice.

Tudo está nas mãos das big-techs norte americanas que além de mapearem gostos, tendências e perfis econômicos dos seus usuários; criam, recriam e certificam um passado que jamais existiu.

Essas redes entram nas mentes dos usuários com as versões que lhes interessam. Quem afinal certifica a sua veracidade?

O mais recente exemplo é a determinação do presidente dos EUA de mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, colocado impunemente pelo google maps. Alteração contestada prontamente, pela presidente do México.

E quanto a história?

A versão americanófila dos EUA está em plena construção.

Perde-se a pluralidade, o colorido do debate e a profundidade de qualquer tema que se pretenda investigar.

Há um verdadeiro apagamento de personagens históricos, de fatos e de questões importantes.

O famoso brasileiro Santos Dumond, Pai da Aviação, sequer aparece no ChatGPT quando se pergunta quem inventou o avião (Estadão, Luciana Garbin).

Há outro apagamento, no âmbito comercial, as empresas pagam para aparecerem por primeiro nas buscas e faturar alto com isto. Apaga-se a concorrência.

Também o inverso é verdadeiro, se alguém quer desaparecer da internet, paga para ser excluído das buscas.

Há vários buscadores que são desconhecidos do grande público, que não deixam os rastros das buscas dos seus usuários e não vendem isso para as grandes empresas. Funciona assim: o usuário procurou algo para comprar, de repente surge a propaganda daquele produto que buscou. Coincidência? Não.

É que o sistema de buscas passa os dados dos usuários e das suas necessidades para as empresas.

É o poder de apagar, contar e recriar histórias.

O presente é duvidoso, pela enxurrada de mentiras em massa; o passado é outro mistério.

Montar a agenda do que será pesquisado, lido e tido como verdade é a nova manipulação de ideias e fatos que pulsa nas redes e na internet.

Se o conhecimento é poder, como afirmou Francis Bacon, o desconhecimento virou uma poderosa ferramenta.

 

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