(por Ruth Bolognese) – Ao renunciar ao mandato de governador para disputar o Senado, Beto Richa disse uma bela frase de efeito: “saio de cabeça erguida”.
A expressão, ao pé da letra, carrega o significado político de uma saída honrosa, sem manchas, de quem cumpriu o dever estabelecido.
Nas rodas do fino trato, a cabeça erguida é posição altaneira, de quem pretende o respeito dos súditos e a singela admiração das súditas.
Mas, no popular, a cabeça erguida pode ser, também, um subterfúgio para não se olhar para baixo e ver a cloaca das operações Publicano (irregularidades na Receita Estadual) Quadro Negro (desvio de dinheiro das escolas públicas), Integração (propinas de pedageiras) ou os professores feridos no desastrado embate do Centro Cívico no começo do segundo governo.
Por quem, enfim, a cabeça erguida de Beto Richa não se dobra?
Mas vai ser eleito senador por esse fabuloso povo do Paraná.
Cabeça erguida de quem faz e pisa na M… ou nariz empinado?
Nem chegou o dia 6 e já temos a sensação de que faz 7 anos que abandonou o governo.
Se não fosse o 29 de abril, a operação quadro negro, o luiz abi,a publicano, a integração para nos relembrar da passagem o esqueceríamos dia 8 mesmo.
Sem espelhos, sem um pingo de modéstia.