Pode-se não gostar do juiz Sergio Moro. Pode-se discordar de suas decisões. O que não se pode é negar sua importância histórica. No país inteiro ele é aplaudido ou criticado; convidado para palestras e eventos, reúne auditórios cheios e prestigiados no Brasil e no exterior; é fotografado, filmado, tietado por fãs; virou até personagem de filme; e até aparece em pesquisas de opinião como potencial candidato a presidente da República. Tudo graças, principalmente, à sua atuação como juiz federal de primeiro grau em Curitiba encarregado da Operação Lava Jato.
Ontem à noite (14) ele foi proferir palestra no Tribunal de Justiça a convite da Escola da Magistratura do Paraná (Emap).
Pelas cadeiras vazias percebe-se que, neste ambiente, porém, a “popularidade” de Sergio Moro é baixa: o Tribunal é composto por 120 desembargadores, mas para ouvi-lo estavam presentes apenas 8 (oito!!!), sendo que dois deles por “obrigação” – um representando o presidente do TJ, outro na qualidade de presidente da Emap, a entidade promotora do evento.
Como interpretar o desinteresse dos desembargadores paranaenses por Moro? E justamente no dia seguinte à histórica audiência em que presidiu o interrogatório do ex-presidente Lula? Não dá para entender. Discorde-se ou não de Moro.