Um dos motivos que levaram o senador Alvaro Dias a deixar o PSDB – partido em que militou por muitos anos e do qual foi líder – foi sua dificuldade de se equilibrar no muro da indecisão. Enquanto defendia posições políticas claras, os caciques tucanos preferiam o jogo da indefinição. Ontem ele assumiu três posições coerentes:
- condenou as senadoras que se aboletaram na mesa diretora e interromperam a sessão por seis horas em protesto contra a reforma trabalhista;
- nem por isso, Alvaro Dias mudou de opinião sobre a reforma e votou contra;
- e por fim fez um discurso para ironizar o sai-não-sai do PSDB da base de apoio a Temer.
Filiado desde 1.º de julho ao Podemos, já foi lançado pela nova legenda como pré-candidato à Presidência da República e planeja percorrer o país para arregimentar militantes e dar início à estruturação da campanha. No Paraná, segundo o instituto Paraná Pesquisa, ele desponta em primeiro lugar, com 33% da preferência dos eleitores, o dobro do (inacreditável) segundo colocado, o deputado Jair Bolsonaro, que fez 16%. Lula, terceiro entre os mais votados (12%), é campeão de rejeição no estado (58%).