Se Lula conseguir afastar os empecilhos jurídicos da inelegibilidade e decidir disputar outra vez a presidência da República, a eleição de 2018 será um repeteco das anteriores, com inevitável polarização entre PT e PSDB. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e mais possivelmente o prefeito de São Paulo, João Dória, seriam os tucanos mais habilitados a enfrentar o ex-presidente nas urnas. Os demais candidatos tendem a se tornar meros figurantes.
Como o PT, como o próprio Lula reconheceu ontem em entrevista a uma rádio de São Paulo, cometeu muitos erros políticos e não conseguiu viabilizar outros nomes fortes, sua possível retirada do páreo deixa o campo aberto para o protagonismo de outros participantes na disputa.
A análise é de Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas, que vê neste quadro sem Lula a probabilidade de crescimento da candidatura do senador Alvaro Dias (Podemos), cuja postura política pode colocá-lo em patamar superior a políticos marcados por posições sectárias e radicais – caso, por exemplo, do deputado Jair Bolsonaro, do PSC, embora seu nome venha aparecendo atualmente entre os primeiros colocados nas pesquisas, pouco abaixo de Lula e bem acima de qualquer dos tucanos.