A volta da doação de empresas para financiar campanha

Impressionados com a reação popular contra a destinação de R$ 3,6 bilhões de dinheiro público para financiar a gastança das campanhas, os políticos tentam agora convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a mudar de opinião e considerar legais as doações de empresas – estas mesmas que geraram o mais patológico sistema político-eleitoral que jogou o país no caos.

No ano retrasada, o STF considerou inconstitucionais as doações empresariais e determinou que apenas pessoas físicas, sob certos limites, pudessem contribuir para as campanhas. Nenhum partido ou candidato conseguiu o quanto precisava para pagar suas despesas.

Por isso, inventaram de querer empurrar para a viúva o dever de financiá-los com 0,5% do orçamento da União – como está previsto no projeto de reforma política que será votado terça-feira pela Câmara.

O povo gritou. E forte, segundo comprovou a sondagem do instituto Paraná Pesquisas, que apurou que 9 entre cada 10 eleitores rejeitam a proposta.

Pressionados pela ojeriza popular e pelo desastre à vista de que não conseguirão doadores privados, alguns parlamentares de alto coturno conversam com ministros do STF para sondar a possibilidade de o Supremo vir a reconsiderar sua posição anterior. Isto é, tornar novamente constitucional o que já foi decidido que é inconstitucional.

Se conseguirem, será a volta triunfante e vigorosa do caixa 2.

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