Vereadpres querem delivery até 23h e mercados abertos no fim de semana em Curitiba

Depois das críticas feitas às novas medidas de enfrentamento da covid-19 em Curitiba, que valem até esta quarta-feira (26), os vereadores voltaram a defender mudanças no decreto municipal 890/2021, que entrou em vigor na última quarta-feira (19). Na votação das indicações de ato administrativo ou de gestão de hoje, o debate foi focado, em sua maior parte, na ampliação dos horários de funcionamento do delivery de lanchonetes e restaurantes e dos supermercados da cidade.

Foram quatro as sugestões acatadas que pedem à Prefeitura de Curitiba alterações no decreto para que os dois segmentos possam ter atendimento estendido durante a vigência da bandeira laranja, para que os empresários não tenham mais prejuízos e, ainda, para que aglomerações sejam evitadas em decorrência dos horários reduzidos de funcionamento. Conforme as novas regras, lanchonetes e restaurantes não podem abrir aos fins de semana, e o atendimento delivery, drive-thru e take away (retirada em balcão) só está liberado até 21 horas; já mercados, supermercados e hipermercados, além de comércio varejista de hortifrutigranjeiros, quitandas, mercearias, açougues e sacolões, também estão proibidos de abrir as portas aos sábados e domingos, devendo apenas atender via delivery, até às 21h.

De Professor Euler (PSD) partiu a indicação de ato administrativo para que os deliverys dos restaurantes possam funcionar até às 22h já outros 16 vereadores assinaram a sugestão para que esse horário seja estendido até as 23h. Em relação à reabertura dos mercados aos fins de semana, os pedidos foram protocolados por Sidnei Toaldo (Patriota) e conjuntamente por Alexandre Leprevost (SD), Amália Tortato (Novo), Denian Couto (Pode), Indiara Barbosa (Novo) e Leonidas Dias (SD)

Doze dos 38 vereadores se revezaram na discussão sobre as quatro indicações, que foram aprovadas em votações simbólicas – onde não é necessária a manifestação nominal de cada parlamentar. O debate foi puxado por Professor Euler que argumentou pela necessidade de expansão dos horários de funcionamento dessas atividades para evitar com que as pessoas se concentrem nos locais de retirada (no caso dos entregadores de delivery) ou de compra (no caso dos supermercados) em determinados períodos. “[Fiz a sugestão] pensando na recuperação econômica desses empreendimentos que atendem delivery e na segurança dos entregadores, que se tiverem horário restrito de atendimento podem se colocar em risco para apressar as entregas”, emendou.

Alexandre Leprevost, que assina as indicações voltadas ao delivery e aos mercados, explicou que os vereadores têm sido “repetitivos” nos assuntos tratados pelas indicações porque “falta respostas tanto na prática quanto na teoria” por parte da prefeitura. Para ele, liberar o delivery somente até às 21h “é um absurdo”. “É sem pé nem cabeça, porque aglomera nos pontos de retirada. É sem pé nem cabeça porque corre o risco de aumentar o número de acidentes, com a pressa dos entregadores. E é sem pé nem cabeça por aniquilar a oportunidade dos empresários faturarem por mais uma, duas ou três horas. E nesse momento essas uma, duas ou três horas [a mais] são fundamentais para a sobrevivência. E por isso temos que ser, sim, repetitivos”, completou.

Na opinião de Amália Tortato (Novo), a Prefeitura de Curitiba deveria ter, no mínimo, ter considerado “os avanços que a CMC já tinha conquistado anteriormente”, com a aprovação de sugestões semelhantes que foram acatadas em decretos anteriores, inclusive durante a vigência da bandeira vermelha – fase considerada a mais restritiva no plano municipal de enfrentamento à covid-19 na capital. Segundo ela, o decreto 890/2021 fez com os vereadores “dessem dois passos para trás”.“Estamos sofrendo um problema de falta de liderança da gestão pública: que nunca consegue ser concisa nos seus decretos, que acaba publicando decretos absolutamente irregulares, desconexos e causam tudo isso”, analisou Maria Leticia (PV), que ainda perguntou até quando a Prefeitura de Curitiba “vai continuar batendo a cabeça” quando o assunto é evitar a proliferação da covid-19. Já Indiara Barbosa (Novo) acredita que, para que a população respeite as medidas de enfrentamento, como uso de álcool gel, de máscaras e o distanciamento social, “é preciso explicar porque essas medidas são tomadas” e, assim, evitar a “indignação e o desrespeito às regras”.

Na mesma linha de raciocínio, Carol Dartora (PT) defendeu que as medidas sejam “totalizantes” e “pensadas de forma mais extensa e inteligente”. Como exemplo, a vereadora informou que as pessoas têm solicitado delivery de cidades da região metropolitana, porque nas cidades vizinhas restaurantes e lanchonetes estão trabalhando após 21h. Alerta semelhante foi feito por Sidnei Toaldo, ao comentar que no último fim de semana – o primeiro com as novas regras – houve intensa movimentação de pessoas nas regiões de Campo Magro e no Caminho do Vinho, onde os restaurantes funcionaram. Para ele, é preciso uma articulação entre a capital e a região metropolitana, “através do governo estadual”. “Ou se leva a doença para lá, ou se traz a doença para cá. A região metropolitana é que lota os hospitais de Curitiba. Mercados de Almirante Tamandaré, Araucária, São José, lotados [no fim de semana]. Estender o horário do delivery é mais do que justo. Governo deveria trabalhar mais em conjunto com a cidade”.

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