Carta de São Nicolau* a alguns paranaenses ilustres:
Prezados. Normalmente sou eu que recebo cartinhas nessa época do ano. Mas como vocês são pessoas importantes – muito mais do que eu, afinal estão em evidência quase todos os dias do ano, enquanto eu sou lembrado apenas em dezembro – resolvi escrever uma cartinha, pedindo coisas que eu gostaria de ganhar nesse Natal. São alguns pequenos mimos com os quais eu pretendo me deleitar ao longo de 2018. Vamos lá.
Rafael Greca: um regime, meu caro prefeito. Mas não no seu corpinho digamos, roliço. Uma mega lipoaspiração no seu ego faria muito bem. Principalmente a você. Eu sei que a síndrome de abstinência de poder causa estragos indeléveis na autoestima dos políticos, mas vá com calma. Menos, Rafa. Meeenos. Muuuito menos. Aproveite a viagem ao Vaticano e se inspire na humildade daquele sacerdote argentino. Ele é um modelo a ser seguido.
Beto Richa: matricule-se num curso Kumon, de matemática. No seu governo você derrapou feio e quase quebrou o estado. Nem podia se queixar de herança maldita, uma vez que você sucedeu a si próprio. Pra colocar as contas em dia precisou importar um secretário da fazenda da Bahia. Ele virou o “baiano da foice”, o xerife de Nothingham, coletor implacável de impostos. E você ainda açambarcou o fundo de previdência dos servidores paranaenses para salvar a pele. Aprenda matemática. Vai ajudar neste ano em que contar votos é útil.
Valdir Rossoni: além de um manual de boas maneiras, peço que compre e leia uma boa gramática da língua portuguesa. Você vai aprender a concordar artigos com substantivos. Soa bem quando se usa demais os vídeos do facebook e causa boa impressão aos eleitores.
Ricardo Barros: já pensou em comprar um país só pra você? Guatemala, Honduras, Suriname? Parece que o o Paraná é pequeno demais para sua ambição política.
Ratinho Jr.: umas pílulas de testosterona, meu rapaz. Você é muito zen, muito cutchi-cutchi. Político tem que falar grosso e chutar algumas canelas. Veja o Bolsonaro, o Marun, , o Requião, o Ciro Gomes. Política é como rugby. Impossível sair de uma partida sem hematomas.
Alvaro Dias: responda apenas a uma pergunta: podemos ou não podemos?
Osmar Dias: idem: vai ou não vai?
Ademar Traiano: outra pergunta: pra que serve mesmo a assembléia?
Por fim caros ilustres. Rezem para que São Gilmar Mendes tenha vida longa. Ele sempre pode ser chamado a intervir em causas urgentes.
Hohoho! E um feliz Natal!