(por Ruth Bolognese) – O ex-presidente Lula discursou pela última vez antes de ser preso com o carisma só possível em líderes populares e diferenciados e fez um ato fé no projeto petista de governar o Brasil. Falou mais para os seus do que para os brasileiros. Mas mostrou, mais uma vez, porque saiu do Interior de Pernambuco e se tornou presidente da República com índices inéditos de popularidade.
Lula deu a pincelada no que o PT fará daqui pra frente: a ideia “Lula” vai inspirar os mais jovens para conduzir o partido que, na palavra de ordem mais recente “Eu sou Lula”, lançada ainda no fervor do último discurso pela senadora paranaense Gleisi Hoffmann, ainda no palanque deixou claro. O PT tentará encontrar outro candidato à presidente e já sabe que terá grandes dificuldades no renascer.
De camiseta azul escura e jeans, cabelos bem mais ralos e bem mais brancos, o ex-presidente Lula estava com a voz bem mais rouca, garganta regada a água mineral quando ficava mais difícil entoar as palavras, e deu o recado: é preciso tempo, coragem, experiência, persistência e esperteza para fazer politica e ser vitorioso.
Estamos vendo um dos últimos exemplos de políticos brasileiros que sabem falar abertamente para milhares de pessoas como se falasse com cada uma delas em particular. Escola de Leonel Brizola, Jânio Quadros, Mário Covas e aqui no Paraná, José Richa e, com certo cuidado, Roberto Requião.
A prisão marca o fim de uma era para quem acredita piamente no poder reformador da Operação Lava Jato e suas abrangências. E o Brasil terá que se moldar para conviver com seu ídolo político mais popular atrás das grades por muitos anos.
As consequências desses cenários só vamos ver com o decorrer do tempo.
´´´regada a água mineral”, o cacete. Era manguaça, no duro.
E donde dona Ruth tirou “…para quem acredita piamente no fim reformador da Operação Lava Jato”. Eu contesto: Agora é que o bicho vai pegar. Hajam Papudas!