Troca de juiz não deu refresco para o “Piloto”

Todas as decisões tomadas pelo juiz Sergio Moro no âmbito da Operação Piloto foram confirmadas pelo novo juiz do caso, Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal Criminal de Curitiba – o que inclui a manutenção sob prisão preventiva do ex-chefe de Gabinete Deonilson Roldo e do empresário-amigo Jorge Atherino, além de empresários e operadores envolvidos na fraude da licitação da PR-323 que beneficiaria – se não tivesse sido cancelada – a empreiteira Odebrecht.

O inquérito aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) estava sob a responsabilidade de Sergio Moro, em razão das ligações entre alguns dos atores que participaram do esquema com a Lava Jato. A certo momento, o STJ, a pedido da defesa de Richa, as investigações passaram para a responsabilidade da Justiça Eleitoral que, no entanto, entendeu que os fatos revelados não eram de caixa 2, mas de crimes comuns.

O processo voltou, então, às mãos de Sergio Moro, que teve tempo de aceitar a denúncia do MPF, decretar as prisões preventivas e mandar aprofundar as investigações. Até que, na semana passada, o STJ outra vez decidiu que o assunto não era da competência do juiz da 13.ª Vara Criminal Federal e determinou a redistribuição dos autos.

Isto fez que caíssem na mesa do juiz Paulo Sérgio Ribeiro, que acatou as recomendações de Sergio Moro e manteve tudo quanto até então havia sido decidido. Ou seja, a defesa de Beto Richa conseguiu apenas trocar a fama – a fama de Sergio pela discrição do novo magistrado, mas que, pelos primeiros sinais, se mostra tão duro quanto o colega.

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