Uma equipe da Segunda Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) realizou visita técnica à área onde a Companhia de Saneamento do Paraná está construindo, desde 6 de janeiro do ano passado, a Barragem do Rio Miringuava, no município de São José dos Pinhais. A obra é executada por meio de contrato de R$ 35.811.843,41 firmado pela Sanepar com a empresa Mecanorte Construções e Empreendimentos Ltda.
Quando concluída, a represa deverá aumentar o volume de água disponível para abastecer a população da Região Metropolitana de Curitiba, cujos municípios estão em regime de rodízio no fornecimento hídrico desde agosto de 2020, em função de um dos piores períodos de estiagem já registrados na história do Paraná.
Na ocasião, os analistas da 2ª ICE constataram que as obras estão atrasadas. Enquanto a previsão do cronograma era de que o andamento dos trabalhos já tivesse atingido o índice de conclusão de 61,39% em dezembro, a execução acumulada até o mês passado foi de apenas 40,55%.
Conforme a informações da Sanepar, os motivos para a demora foram o registro de um surto de covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus – entre os operários que trabalham na construção e a grande ocorrência de chuvas no local ao longo do último bimestre de 2020, as quais superaram a média histórica regional. De acordo com a estatal, apenas 24 dos 61 dias do período foram secos o suficiente para a realização de serviços de terraplanagem, em especial dos aterros compactados que exigem baixo teor de umidade do solo.
Com isso, a data prevista para o término da primeira fase das obras – 20 de março de 2021 – provavelmente deverá ser adiada. A etapa seguinte, referente ao resgate da fauna e à retirada da flora que serão atingidas pelo alagamento do local, encontra-se em processo licitatório e possui prazo de execução de 1.080 dias após a contratação de empresa especializada.
Atualmente, o Rio Miringuava abastece a região da capital paranaense com uma vazão média de 800 litros por segundo. Com a entrega da barragem pela Sanepar, a capacidade de abastecimento será ampliada para 2 mil litros por segundo, o que equivale a 12% do total que é fornecido pelo sistema hoje. (Do TCE-PR).