O risco de a Operação Diários Secretos ser enterrada foi afastado no início da noite desta quinta-feira (21) pela 2.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. O desembargador José Maurício Pinto de Almeida (foto), relator de recurso que pretendia que fossem declaradas nulas as provas obtidas no interior da Assembleia Legislativa, contrariou a defesa dos réus e manteve a validade das provas. Seu voto foi acompanhado pelo do desembargador José Antonio Dallacqua, ficando vencido o juiz Marcel Rotoli de Macedo.
Os réus argumentavam que seus gabinetes, computadores e documentos não poderiam ter sido apreendidos por uma ordem judicial de primeira instância, mas sim apenas por um desembargador. Eles entendiam, absurdamente, que o edifício da Assembleia também estava protegido pelo foro privilegiado. Somente Marcel Rotoli concordou com a tese, logo refutada pelos dois outros desembargadores.
As provas que se queria anular diziam respeito à contratação, pela Assembleia, de centenas de funcionários fantasmas, cujas contas bancárias em que eram depositados os salários, eram, na verdade operadas por diretores do Legislativo, incluindo o diretor-geral, Abib Miguel, o Bibinho.
O Ministério Público calculou o prejuízo causado aos cofres públicos em mais de R$ 250 milhões.