Temer segura empréstimo do BID ao Paraná

O abusivo proveito político que o governo Beto Richa está fazendo do empréstimo de US$ 235 milhões que tomou do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) chamou a atenção do Palácio do Planalto. Que imediatamente tomou providências para brecar as intenções eleitoreiras que o PSDB paranaense pretendia fazer, sobretudo no decorrer da campanha do ano que vem.

O empréstimo foi aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e encaminhado à Presidência da República que, por sua vez, deveria enviá-lo à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para cumprir sua última etapa antes de o financiamento ser liberado, com aval da União.

Seguindo este caminho, o Diário Oficial da União publicou na edição do dia 29 a mensagem n.º 489 do presidente Michel Temer endereçada ao Senado nos seguintes termos:

Proposta ao Senado Federal para que seja autorizada a contratação de operação de crédito externo, com garantia da República Federativa do Brasil, entre o Estado do Paraná e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, cujos recursos destinam-se ao financiamento parcial do “Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transporte do Paraná”.

Eis, no entanto, que nesta quinta-feira (30) o Diário Oficial publica outro despacho de Temer suspendendo o envio ao Senado, como se vê abaixo:

Temer segura empréstimo do BID ao Paraná

O que teria acontecido de um dia para o outro que fez Michel temer mudar de ideia? Foram as informações que lhe chegaram de que o governador Beto Richa, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, o secretário de Infra-Estrutura e Logística, Pepe Richa, além de alguns deputados estaduais da base já estavam em intensa atividade para fazer uso eleitoral de obras que serão executadas com o financiamento do BID.

Diante das informações, Temer mandou convocar o governador Beto Richa e a bancada federal do Paraná para uma reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (4) à tarde. Beto já confirmou presença.

A decisão de Temer deve ter a ver com o incômodo que vem sentindo com o PSDB, que não lhe garante votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência. Com certeza, vai pedir ao governador uma “forcinha” para atuar junto à bancada paranaense (incluindo deputados de outros partidos; tucanos são apenas dois) para que todos votem em favor da reforma. Além disso, vai pedir que, se é para fazer política, que sejam também incluídos os deputados federais nas vantagens.

Caso contrário, o liberação do empréstimo talvez não saia com a ansiedade (eleitoral) de que está sendo objeto por parte do governo paranaense e por alguns de seus coordenadores políticos.

Simples assim.

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